Home - Opinião - Editorial - 12 de Abril e o dia seguinte…

 

O futuro de Oliveira do Hospital não sairá incólume do fumo que na noite de 12 de Abril sair da sede do partido da chaminé. Para uns – os vencedores – será sempre fumo branco, mas para outros – os vencidos –, o fumo negro pode vir a ser, politicamente falando, o prenúncio da morte anunciada de muitos dos actuais titulares de cargos políticos. Nestas eleições do PSD, temos realmente alguns cenários, sob os quais importa reflectir.

 

1. Se José Carlos Mendes vencer, conforme o próprio já garantiu que o será, está aparentemente encontrado o candidato do maior partido do concelho às eleições autárquicas do próximo ano. Digo aparentemente, porque a candidatura de Mendes terá obrigatoriamente que ser avalizada pela direcção nacional do partido.

12 de Abril e o dia seguinte…

2. Se o vencedor for Paulo Rocha, cria-se um tabu! Rocha não tem “maioridade política” para assumir uma candidatura – ele e os sociais-democratas sabem-no –, e também não creio que o actual presidente da Câmara arranje coragem para se recandidatar com um partido dividido ao meio.

3. Há quem sustente que, na hora da verdade, o PSD une-se. De facto, assim tem sido, mas não creio que alguém possa, hoje, sarar a enorme ferida que a sucessão de Mário Alves abriu nas entranhas do partido. O “regressa que estás perdoado”, não deverá portanto estar em causa durante os próximos anos.

4. Perante estes factos, temos o segundo maior partido do concelho que pode ambicionar o poder. O que se está para ver é se, na verdade, o PS vai “tirar” esta Primavera para sair da hibernação em que mergulhou desde que o PSD saiu para a rua, embora a duas vozes.

5. Pequenos partidos: o CDS/PP está praticamente moribundo e, com o afastamento de muitos dos seus tradicionais eleitores, não sei se haverá ventilador que lhe dê vida até 2009. Quanto à CDU, a sua cotação eleitoral estará sempre dependente da forma como António Lopes se posicionar, já que o conhecido empresário é, hoje, a principal mais valia dos comunistas em Oliveira do Hospital.

6. Inquestionável mesmo, é o facto de o futuro político de Oliveira do Hospital estar, efectivamente, excessivamente dependente de umas eleições internas do PSD.

Henrique Barreto

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