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A bola rola…torta, cá entre nós. João Dinis, Jano

O “Glorioso” Benfica anda como se fosse um arremedo de uma equipa com pretensões e obrigações. Não, este não pode continuar a ser o Benfica que não parece sê-lo e que certamente não o é.

O (des)treinador deu em “inventor” compulsivo de processos de jogo e de jogadores fora de posição.  Que o digam Aursnes e já recentemente João Neves. E nem evocamos o injustamente descartado guarda-redes Vlacodimos. E os maus resultados estão drasticamente à vista…

Há processos de jogo e constituições da equipa que podem ou não dar melhores resultados que outros, embora isso dependa das circunstâncias. Depende do treino sistemático mas muito depende também da categoria superior deste e daquele jogadores. Mesmo aquela máquina muito afinada, a jogar à bola, que foi o Barcelona há uns anos atrás, tinha um tal Messi a sobressair na constelação de várias estrelas da bola…

Entretanto, há coisas que em alta competição não se entendem. Esta ideia mal concebida e mal interpretada por Roger Schmidt dos três centrais em campo ao mesmo tempo, precisa de uma outra e imprescindível condição, a de haver dois laterais “defensivos” de muito alto nível individual, colectivo e competitivo.

Lembro-me bem da equipa da Selecção do Brasil campeã (sem derrotas) do Mundial de 2002.  Com Scolari a treinar, utilizava três centrais, com dois “zagueiros” (centrais puros) e um mais “volante” (à frente destes, com grande mobilidade) mas tinha como laterais, um à esquerda e outro à direita, nada mais nada menos que Roberto Carlos e Cafu, quanto a mim os dois melhores e mais dinâmicos laterais que vi actuar. Em consequência deste “privilégio”, o Brasil defendia com uma linha específica de cinco jogadores, e passava a meio-campo com os dois laterais lá integrados, os quais também apareciam frequentemente em acções de ataque completando a também fabulosa linha dos atacantes puros, aqui com um dos mais espantosos malabristas da bola e “inventores” de lances inesperados, que foi o Ronaldinho Gaúcho. Foram campeões invictos e “sem espinhas” ou favores das arbitragens.  Pudera !

Agora, o “Glorioso” – tem que voltar a sê-lo ! – segue com uma defesa com três centrais mas completada por dois laterais improvisados e deslocados de posições em que são mais eficazes e influentes, como Aursnes e, sobretudo até, João Neves… Portanto, esta “coisa” não pode resultar.  Então, neste jogo com o Real Sociedad podia mesmo ter acontecido uma derrota brutalmente humilhante.

Vamos agora ver o que acontece no próximo Benfica – Sporting… Caso aconteça novo desaire, também eu vou puxar pelo lenço branco, desde o sofá, a “despedir” o Roger Schmidt. Atenção pois, amado Presidente Rui Costa para que não tenhamos de te exigir que te “despeças” também. É que o “Glorioso” é bom demais para que o estraguem… OK ?

Já o Futebol Clube do Porto sofre de outros males.  Enquanto tiver em Pepe – aos 40 anos de idade – o seu jogador mais útil, algo não vai bem mesmo quando vence. E, isto, ainda que o Sérgio Conceição vocifere e que o Pinto da Costa (ainda…) manobre…

O Sporting de Braga foi ao Santiago Bernabéu, jogar com o Real Madrid e aí experimentou a “diferença” que o orçamento de cada equipa também justifica. O Braga tem uma equipa sólida, sobretudo para consumo interno.  Agora, a jogar contra os “tubarões” do jogo da bola, é pena mas não se aguenta.  É esta vida descontente…

Entretanto, o Sporting lá singra. Vai à frente do campeonato nacional e prepara-se para passar a nova etapa da  Liga Europa da UEFA.  Bem !

Enfim, na realidade do Futebol-Indústria, só as vitórias interessam.  Para os accionistas das SAD…e também para os adeptos.

Novembro de 2023

 

 

Autor: João Dinis, Jano

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