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“A equipa cresceu muito em termos desportivos nestes dois últimos anos”

A equipa de ciclismo Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua marcou a primeira metade da Volta a Portugal,

A equipa de ciclismo Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua surpreendeu nesta volta a Portugal ao conseguir três vitórias nas quatro primeiras etapas e a levarem a camisola amarela até ao cimo da Torre por intermédio de João Matias. Leangel Linarez também vestiu de amarelo e venceu duas etapas. Um dos responsáveis por este desempenho é o director desportivo Gustavo Veloso que assumiu o comando da equipa há dois anos. O técnico não esconde que ficou surpreendido com o resultado na Volta e diz que a equipa teve um grande crescimento desportivo. “Foi muito superior ao crescimento do orçamento”, explica Gustavo Veloso em entrevista ao CBS. “Já conversamos e os patrocinadores estão dispostos a fazer um esforço para acompanhar o esforço dos atletas”.

CBS – Surpreendeu-o o desempenho da equipa na Volta a Portugal?

Gustavo Veloso – Com estes resultados ficas sempre surpreendido, mas quando trabalhas com as pessoas e fazes um acompanhamento que já vem do ano passado acabas por achar que isto podia acontecer. É uma surpresa que sabes que pode acontecer. É muito difícil conseguir isto e o nosso objectivo não era ir tão longe. Queríamos ganhar a primeira etapa e vestir a amarela e a nossa Volta estava feita. Não só fizemos isso como fomos os protagonistas da primeira parte da Volta. É consequência do trabalho que temos desenvolvido.

Estes resultados aumentam as responsabilidades da equipa?

As responsabilidades vão ser a mesmas. Esta é uma equipa em crescimento, mas eu sempre digo aos meus ciclistas que quando chegam a uma corrida é para discutir a vitória. Temos de dar sempre o nosso melhor. É muito complicado ganhar. Só ganha um. Depois destes resultados na Volta até parece fácil, mas não é. Vamos manter a linha de trabalho e vamos ver o que acontece.

A equipa cresceu muito em relação à última época?

Quem tenha dois olhos na cara sabe que a equipa cresceu nestes dois anos. Deu um salto qualitativo. Cresceu muito mais rapidamente em termos desportivos que em termos de orçamento.

…….

Somos humildes e não temos problemas de assumir que somos uma equipa pequena. O nosso objectivo para esta Volta era ganhar uma etapa, mas quando a conseguimos foi logo traçado outro objectivo para manter os atletas motivados. Não podemos entrar em loucuras e traçar objectivos que sabemos que são impossíveis. No ciclismo, porém, há que saber aproveitar as oportunidades que nos surgem. E se surgir uma oportunidade de fazermos algo que aparentemente era impossível vamos aproveitar. No ano passado na volta ao Algarve ganhámos a camisola da montanha, com o João Matias. Não era nosso objectivo ganhar, ainda por cima com um “sprinter”, mas surgiu a oportunidade e soubemos aproveitá-la. Não somos uma equipa favorita. Somos uma equipa trabalhadora e lutadora.

Sentem que representam o Interior do país?

Sim. Representamos uma parte esquecida do país. Com menos meios. Mas a equipa está a conseguir dar visibilidade a toda a zona Centro e, em particular, ao concelho de Mortágua. Representamos uma região e as pessoas, pelo que vimos nesta Volta, sentem-se identificadas com a equipa. É uma formação que veio de baixo e que está a crescer, aproveitando os meios que tem. Não é feita à base de contratar os atletas com nome. Nós trabalhamos duro.

Este resultado também lhes permite exigir mais dos patrocinadores…

Estamos muito gratos aos nossos patrocinadores. Têm sido notáveis. Já falámos com eles e reconhecem que também têm de fazer também um esforço para acompanhar em termos de orçamento o crescimento desportivo. Os atletas merecem. E vai haver um acordo, porque os patrocinadores sentem que somos a sua imagem. Somos uma extensão das suas empresas. Transmitimos a reflexo do trabalho, da união, do companheirismo e da humildade. São estes os valores das empresas que suportam esta equipa.

Porque é que tratam o empresário Fernando Tavares Pereira, líder do grupo TAVFER, como patrão?

É o nosso patrocinador principal. Leva já muitos anos com a equipa e é um tratamento carinhoso. Ele está próximo dos nossos atletas sempre que lhe é possível. É o nosso patrão, como os Ovos Matinados e a Câmara Municipal de Mortágua. Só temos de lhes agradecer. É graças a eles que estamos aqui. Temos sorte em ter pessoas como o senhor Fernando Tavares Pereira a apoiar-nos.

Na próxima temporada espera ter mais meios?

Claro. Temos de acompanhar este crescimento desportivo fornecendo aos ciclistas meios para que possam desenvolver o seu trabalho. É necessário fazer investimentos que só podem vir dos nossos patrocinadores. Há vontade de todas as partes de acompanhar o esforço dos atletas. A equipa é conhecida a nível nacional e também lá fora. Tem de existir um equilíbrio entre o investimento e o desempenho. Quando se trabalha os frutos acabam por surgir. A imagem da equipa é excelente.

Não teme que devido a estes resultados alguns dos seus ciclistas sejam assediados por outras equipas?

Por isso é que queremos mais meios. Queremos poder oferecer mais aos ciclistas para que eles fiquem e não se sintam tentados a sair. Os atletas estão valorizados. Se surgir alguma proposta que não seja possível igualar só temos de dar os parabéns ao atleta por aquilo que conseguiu com o seu esforço. Não podemos perder o foco de que para já esta é uma equipa de formação e não vamos cortar as pernas aos atletas. Ficamos contentes que os atletas consigam os seus sonhos. Mas estamos a trabalhar para manter todos os ciclistas.

E você vai ficar?

A equipa não é minha. Mas, por mim, dificilmente sairia. Só se fosse algo muito desproporcional e um projecto muitíssimo aliciante. Sou feliz aqui e dou muito valor aos sentimentos que ao dinheiro. Aqui permitem-me trabalhar e respeitam as minhas opiniões desportivas. Mas também tenho o cuidado de conversar com os restantes elementos da equipa.

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