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Apresidência Portuguesa da União acabou, com grande êxito para Portugal e para a Europa.

A Presidência Portuguesa da União Europeia

Os nomes de Portugal e Lisboa percorreram o Mundo e ficarão na história da União Europeia.

A Europa, que tem um mercado único já a funcionar, com o tratado reforçou a componente política e agilizou as instituições existentes tornando-as mais democráticas.

Numa era de globalização crescente, onde a supremacia americana se impõe e a chinesa desponta, o Mundo passa a contar com outra potência de mais de 400 milhões de pessoas para humanizar essa globalização.

Penso que a partir de agora a política unipolar americana tem os seus dias contados.
As forças políticas que são contra o tratado esgrimem o referendo na esperança de o inutilizarem.
Numa democracia parlamentar representativa o referendo é sempre uma forma de desacreditar este tipo de democracia.
A instituição parlamentar que é eleita de 4 em 4 anos, recebe do Povo o mandato para legislar, fiscalizar e rectificar tratados.
Ao retirar-lhe competências para que foi eleita é desacreditá-la e enfraquecê-la.

Fui sempre contra os referendos e, hoje, tenho a certeza de que a maioria do Povo Português me acompanha nesta defesa da democracia representativa.
Depois de alterarem a constituição e terem admitido esta forma de expressão já houve três referendos, dois ao aborto e um à regionalização. Em nenhum o Povo compareceu às urnas em número suficiente para os legitimar.
Os defensores do referendo, em Portugal, sabem que a maioria do Povo é a favor da União Europeia, todas as sondagens e os Partidos em que a larga maioria dos portugueses confiam também são pró-europeus, então porque clamam pela consulta popular?
Porque têm a esperança que ao imporem tal procedimento político ele se generalize aos 27 e seja chumbado em qualquer País e assim seja inutilizado.
É sabido, por exemplo, que o Reino Unido, ex. potência colonizadora dos americanos mantêm com este País uma proximidade maior do que com os europeus.
O governo de Londres tem dificuldade em fazer opções claras porque mantém um pé dentro da União e outro na América.

Ainda hoje, o Euro, uma moeda que começa a dominar o Mundo, e a retirar a hegemonia ao dólar, não foi adoptado no Reino Unido.
É um problema politico que a prazo tem de ser resolvido.
Os referendos também permitem confundir as situações. Assisti e participei em França no referendo sobre o tratado constitucional que, como sabem, foi chumbado.
Lá o Tratado nunca foi discutido, mas sim a governação do Presidente Chirac, que por acaso, estava em fim de mandato.

É esta esperança de confusão que alimenta algumas forças políticas na exigência do referendo.
O Tratado foi negociado com os sindicatos democráticos europeus e apoiado pelos governos dos 27 Países.
Com excepção da Irlanda, onde a constituição impõe o referendo, em todos os outros é previsível ser o Parlamento a rectificá-lo, e penso que uma parte dos 27 Países da União vivem numa democracia mais consolidada do que a nossa.

Foi espantoso ver em Belém, frente aos Jerónimos, uma manifestação contra o tratado onde estavam os elementos da C.G.T.P. e a extrema direita fascista portuguesa, hoje, sem dúvida, os elementos mais conservadores e saudosistas da sociedade portuguesa.

A Europa é um oásis no Mundo, onde a liberdade, a solidariedade e a justiça social existem como em nenhuma outra parte do planeta.
Devemos exigir mais e sermos cada vez mais uma referência a imitar.
Não é por acaso que esta aventura única de ligar povos pelo diálogo e concertação de interesses começa a fazer escola e todos a ela desejam aderir. A outra, a de se guerrearem e matarem ainda tem adeptos, saudosos das chacinas do século XIX e das I e II guerras mundiais do século XX.

O passo dado com a assinatura do tratado é um avanço significativo a favor da convivência pacifica entre os Povos europeus, em liberdade, mantendo um modelo social único no Mundo.

António Campos

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