A Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa está preocupada com níveis “muito críticos” de água e assegura que a manterem-se as actuais condições “o ponto de ruptura será atingido já no mês de Setembro” na albufeira de Ranhados. “Será o que acontece caso não chova e se continuem a registar os consumos actuais diários de 640 litros/dia, de água por pessoa, quando o desejável deveria ser 200 litros/dia”, explicou à Lusa o vice-presidente da autarquia, Pedro Duarte.
“As alterações climáticas e falta de chuva fizeram com que os níveis de água na barragem de Ranhados, situada no vizinho concelho da Meda, baixassem para níveis verdadeiramente alarmantes e poderemos ficar, a curto prazo, com sérios problemas no abastecimento de água às populações”, vincou o autarca.
De acordo com Pedro Duarte, apesar das medidas que têm vindo a ser tomadas nos últimos dois meses pelo conjunto dos municípios abastecidos por esta albufeira – Foz Côa, Mêda (Guarda), São João da Pesqueira (Viseu) e uma freguesia de Tabuaço (Viseu) – “a verdade é que os consumos de água se agravaram, principalmente no que diz respeito a Foz Côa”, disse.
“No concelho, há três freguesias que não são abastecidos por esta barragem, como Orgal, Alemendra e Castelo Melhor, mas a situação é preocupante”, vincou. Agora, os municípios que são abastecidos de água por esta barragem estão a articular “estratégias” para manter o abastecimento de água à rede pública.
Por seu lado, o município de Vila Nova de Foz apelou, através de nota publicada nas suas redes socais, ao “uso consciente e responsável da água e para a não utilização para outro fim que não o doméstico”. “Só o uso consciente deste bem tão precioso e essencial à vida, pode mitigar este problema grave que afectará todos num futuro bem próximo”, justificou aquela autarquia no mesmo documento.
Segundo Pedro Duarte, “cada gesto poderá fazer a diferença, tendo mesmo a autarquia congelado para Setembro eventos públicos, as fontes de águas existentes no concelho estão fechadas, as regas dos jardins foram suspensas, os equipamentos desportivos encerraram os balneários e há uma campanha em curso para detecção de fugas de água na rede pública de abastecimento”.