Começo por afirmar que concordo com o essencial do artigo de Carlos Martelo, divulgado no CBS, sobre esta matéria dos armamentos e das guerras.
E sim, o plano de 800 mil milhões de euros (em 4 anos) acabado de anunciar publicamente pela presidente da Comissão Europeia, plano certamente já ajeitado com o Conselho Europeu, – este está reunido hoje, 6 de Março, nele também albergando o presidente da Ucrânia – um plano para “investir” em ainda mais rearmamentos e guerras, é um sinistro sintoma destes tempos em que este nosso mundo está sujeito a alguns “loucos perigosos”. Como seria bom investir tamanha verba na vida dos Povos em vez de no sofrimento e na morte que é aquilo para que servem as armas e que as guerras trazem para os inocentes, a esmagadora maioria das maiores vítimas de todas as guerras.
Do outro lado, destaque para aquele senhor que usa cabelo amarelado e que exibe a qualidade de ser o presidente dos EUA o que, de facto, não é pouca coisa.
Esse tem anunciado intenções de anexar outros países, regiões e recursos naturais como agora acontece com os metais raros da Ucrânia.
Há, nisto, objectivos imediatos, interesseiros e mesmo de rapina mas, sobretudo, pretende ele que estes “pontos intermédios” de passagem levem a objectivos realmente estratégicos e mais poderosos. Trata-se de conflituar, para já ainda sem conflitos armados, com a China que, sozinha que seja, faz frente às estratégias de fundo – económicas, políticas e geo-estratégicas – dos EUA. Eis a magna questão!
Vejamos as tácticas e estratégias parcelares do senhor de cabelo amarelado:
Ao propagandear uma acção de “fazedor” da paz para a guerra na Ucrânia, pretende, desde logo, arrumar a um canto a ONU com a qual alimenta várias divergências. Depois, põe os “chefes” mais palradores da Ucrânia de cócoras perante ele para melhor lhes esmifrar os tais recursos naturais. Ao mesmo tempo, procura agradar muito a Putin – que mandou invadir a Ucrânia – para que este “suporte”, por exemplo, a provável anexação da Gronelândia, quiçá do Canadá, por parte do tal senhor de cabelo amarelado e dos EUA. E pretende ainda afastar a Rússia do seu até agora assumido aliado China, o que também é um objectivo maior e muito estratégico.
Sim, para o senhor de cabelo amarelado, a China é o principal alvo a atingir.
Porém, os Chineses sabem muito bem disso e como se percebe não vão aceitar um tal desfecho. Eles costumam dizer que “a galinha só canta depois de pôr o ovo”. Ora, os 1 400 milhões de chineses não se vão deixar abater sem toda a luta possível.
Entretanto, a guerra económica movida pelos EUA essa já começou. Ensina a história, mesmo a moderna, que o agudizar das guerras económicas é o melhor “caldo de cultura” para lançar as guerras militares. Só que, actualmente, uma nova guerra à escala mais global será a última, será o fim da Humanidade ! Por isso, não às guerras ! Paz sim !
Pelos vistos, Macron está convencido de que é um novo Napoleão…
Ou como alguém já por aqui disse, um Napoleão “de arremedo”. A propósito, foram os exércitos franco-napoleónicos que também invadiram a Rússia (1812) e deram-se muito mal por lá. Ainda a propósito, mais tarde, em 1941, foi a vez da Alemanha de Hitler também invadir a então União Soviética, que incluía a Ucrânia e a Rússia, e também por lá se deram muito mal. Agora, foi a Rússia a invadir a Ucrânia e também se tem dado mal. Porém, a destruição e o sofrimento brutais, e os muitos e muitos milhões de mortos e feridos que todas estas guerras provocaram e provocam, já deviam levar os “senhores da guerra” a absterem-se de correr atrás de novos conflitos bélicos. Tragicamente não é isso que acontece e antes pelo contrário.
Pois como se já não lhe bastasse ser uma espécie de “agente de vendas” das armas de origem no complexo militar-industrial baseado em França, Macron, circunstancialmente presidente de França embora por pouco tempo que se lhe esgota o actual mandato, acaba de se lembrar de mais uma que, como se diz, “nem ao Diabo lembrava”…
Então, o homem anuncia sem gaguejar que, para a semana (início a 10 de Março), quer reunir com as principais “chefias militares” de países-membros da União Europeia e desconheço se também vai ou não “convocar” ingleses. Em especial, ele quer abordar a hipótese da opção nuclear em que a França quer continuar a mandar, na Europa deste lado. Estou curioso em ver se os militares Alemães lá vão pôr os pés…
Espero e reclamo que os militares Portugueses – que aliás nesta matéria devem aguardar e respeitar as orientações de Governo Português e, em especial até, do Presidente da República Portuguesa (e não Francesa…) – não se submetam por iniciática própria, a esta insólita pretensão de um Macron empanturrado pelo seu complexo de “Napoleão de arremedo”. Pois pois senhor Macron, se quer guerra, agarre numa metralhadora e vá combater na Ucrânia. Deixe-nos em Paz, a nós !
Março, 2025
Autor: João Dinis, Jano