Em início de época, a Associação Desportiva Nogueirense foi ontem desafiada a cumprir a ambição maior do presidente falecido Pedro Marques. “Ele tinha a ambição de levar o Nogueirense à 2ª divisão e era a maior homenagem que lhe poderiam fazer”, afirmou ontem o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, quando participava numa cerimónia de homenagem ao dirigente desportivo e empresário local que faleceu no dia 21 de setembro, na sequência de uma explosão de gás e que, se fosse vivo, ontem fazia 38 anos.
Um data que a Associação Desportiva Nogueirense e a equipa de apoio decidiram assinalar com a colocação de uma fotografia de Pedro Marques na sede da coletividade. O gesto, em jeito de homenagem, foi precedido por uma visita ao cemitério da freguesia, onde repousam os restos mortais de Pedro Marques.
Reconhecendo “o ritmo e ambição” com que Pedro Marques – “é insubstituível”, observou – marcou o clube e a comunidade, José Carlos Alexandrino considerou que o jovem falecido merece que o seu projeto desportivo tenha continuidade.
O presidente deixou, por isso, palavras de “ânimo” ao treinador “Pedro Ilharco” para que possa conduzir o clube para bons resultados desportivos. “A ADN tinha dois génios neste projeto, pela forma como interpretam o futebol”, afirmou o autarca referindo-se em concreto a Pedro Marques e Pedro Ilharco. Foi com base nesta realidade que, José Carlos Alexandrino lançou o desafio maior de subida à segunda divisão, como forma de homenagear o dirigente falecido.
Do mesmo modo que o autarca deu conta da total disponibilidade do município para apoiar a ADN, também o fez para com a comunidade nogueirense, a quem também desafiou, para a realização de uma homenagem “que marque para sempre este homem”, que “era um jovem com muito valor e muita ambição”.
Em face de tamanha perda, José Carlos Alexandrino voltou a manifestar a sua solidariedade para com a família que “é quem mais perde”.
Sofrido pela ausência do “nosso querido Pedro”, o pai, Joaquim Marques, destacou o modo como o filho marcou a ADN – “foi determinante na reviravolta que houve na identidade desta casa” – e desenvolveu o seu trabalho na empresa da família. “Ele tinha a empresa muito bem arrumada e então foi fácil continuar”, referiu, assegurando que, na ausência de Pedro Marques fará “de tudo para que os projetos dele cheguem à sua conclusão”. “Todos sabem que tive a preocupação imediata de ir à ADN para dar continuidade ao projeto”, contou.
António Cortês Fernandes, membro da direção da ADN e tio do dirigente falecido também considerou estar em face de uma “pequena homenagem”. “Merece uma homenagem maior”, afirmou, garantindo que no futuro haverá outras formas de a ADN mostrar o seu reconhecimento a Pedro Marques.
De forma muito sentida, o presidente da Assembleia Geral da ADN procedeu à leitura de uma carta, que diz ter escrito no dia seguinte ao funeral, e com a qual destacou a perda causada pelo desaparecimento de Pedro Marques. “Estamos todos mais pobres”, afirmou Francisco Martins, lamentando que o jovem não tenha tido tempo de concretizar todos os seus sonhos.