“Pensamos fazer um orçamento bastante reduzido com tecto de 18 milhões de Euros”, afirmou ontem o presidente da Câmara Municipal de Oliveirado Hospital, em reunião pública do executivo garantindo que o documento que, no 21 de novembro vai ser analisado naquele órgão autárquico e na Assembleia Municipal, de 17 de dezembro, “não será empolado”.
José Carlos Alexandrino, que situa a taxa de execução do orçamento municipal para 2012 nos 15 milhões de Euros, considerou que o futuro documento deve ter “alguns princípios”, revelando a intenção de “cortes na área financeira”.
Cortes que, no entender do presidente da Câmara Municipal ainda não ocorrerão dentro dos níveis desejados, por ainda não terem sido realizados os estudos necessários que possam servir de orientação aos cortes a realizar.
“Precisamos de uma equipa na área financeira que faça um estudo para se ver onde se pode cortar”, afirmou José Carlos Alexandrino, dando conta da sua intenção de colocar termo aos “desperdícios” que agravam as contas do município.
Cortes que o presidente do município espera não realizar na área social, defendendo até que o próximo orçamento municipal venha a contar com “uma forte matriz social”.
“Percebemos os tempos” afirmou José Carlos Alexandrino, contando que também o presidente da República, na visita que realizou no passado fim-de-semana ao Carregal do Sal, se revelou preocupado com as dificuldades económicas que assolam as famílias, em particular aquelas em que ambos os membros do casal se encontram desempregados.
O que o autarca oliveirense pretende é tranquilizar os oliveirenses com a garantia de que a Câmara “está preparada para dar respostas sociais às pessoas”. “Nem que deixe 20 coisas por fazer do meu programa eleitoral”, avisou em jeito de reação à intervenção do vereador do movimento independente “Oliveira do Hospital Sempre” que, momentos antes, o tinha acusado de não estar a dar cumprimentos àquilo que foram as suas promessas eleitorais.
À onda de cortes também não deverão escapar as freguesias, onde – de acordo com Alexandrino – “é preciso fazer reajustamentos” ao nível dos subsídios atribuídos. “Se alguém pensa que não sou capaz de os fazer, está muito enganado”, avisou, chegando até a estabelecer uma comparação entre si e o antigo presidente da Câmara Municipal. “As minhas ideias aproximam-se muito das de Mário Alves na área financeira e na forma de gerir a Câmara Municipal”, referiu.
“Eu partia para um orçamento de base zero”
Em matéria de preparação de orçamento, o vereador independente e ex vice-presidente da Câmara Municipal chegou até a propor a realização de um orçamento de base zero “porque Oliveira do Hospital não é um problema no país”.
“A Câmara Municipal não perdia politicamente por apresentar orçamento zero”, continuou Paulo Rocha, para quem, orçamentos de “25 milhões são bonitos, mas inalcançáveis”. Com isto, o eleito que recentemente se desfiliou do partido pelo qual foi eleito, PSD, vai de encontro com o que está previsto no Documento Verde da Reforma da Administração Local, onde o orçamento de base zero é entendido como uma medida considerada essencial para os 308 municípios.
Paulo Rocha propõe assim que a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital avance com um orçamento que reporte apenas ao momento atual e onde não é feita qualquer referência ou comparação às variações de anos anteriores.