Eu muito gostaria de ter não sete mas setenta vezes sete, sete vezes, umas “Trombetas do Apocalipse” para, tonitruante, poder espalhar pelo Mundo (e arredores) as consignas supra ! E talvez que elas pudessem fazer descer sobre as cabeças de uns quantos “senhores e senhoras”, e entrar lá dentro assim tipo injecção, por forma a que eles e elas fossem possuídos por uma vontade incontrolável de promoção da Paz e do fim das guerras !
De facto, estão a empurrar-nos cada vez mais para um apocalipse o qual até ameaça ter o seu epicentro na região de Jerusalém. É preciso impedir que tal aconteça ! Por isso e para isso, “só” a Paz faz sentido ! “Só” a Paz assegura a vida !
Também por cá, sucessivos governos e governantes, a começar por aqueles que juraram defender e aplicar a Constituição da República Portuguesa que prescreve como objectivo estratégico a “dissolução dos blocos políticos e militares” – como é a NATO – também eles continuam a dar prioridade à produção e comércio de armamentos para alimentar as guerras “dos outros” mas cujos “estilhaços” também nos podem atingir e ferir…
Neste preciso momento, o de novo “patrão” desta NATO, de seu nome Donald Trump, também presidente dos EUA, insiste na sua ordem em que cada país membro da NATO atribua, a curto prazo, um mínimo de 5% sobre o respectivo PIB, Produto Interno Bruto, (riqueza anual produzida) para, por aí, aumentar muito as despesas com as “guerras” da NATO.
De notar que, para Portugal, os 5% sobre o PIB, a valores actuais, significam uns 15 mil milhões de Euros por ano ou seja, o dobro do Orçamento Nacional para a Educação e mais de 80% do Orçamento Nacional, anual, para a Saúde !! Uma brutalidade que se pode classificar como “assassina” pois também se destina a pagar aos “traficantes da morte” – os detentores da indústria e do comércio de armamentos – cuja “utilidade” maior é provocar e alimentar as guerras com os seus cortejos de destruição, sofrimento e morte.
Neste contexto muito preocupante, o actual Primeiro-Ministro de Portugal já se chegou à frente (à nossa custa…) ao assegurar a maior vontade política em alcançar um mínimo de 2% do PIB nacional para a alegada “Defesa” – uns 5 mil milhões de Euros/ano – ainda antes de 2029, este o primeiro prazo que, para esse mesmo efeito, já havia admitido há pouco tempo atrás. Aí temos nós o alto nível de desaconselhável subserviência que se atinge com estas opções militaristas e perigosas ! E também adiantam o objectivo de fazer aumentar a produção interna de armamentos e respectivas tecnologias…
Diga-se ainda que, há poucos dias, o “Conselho Europeu”, presidido por um “senhor” que usa cartão de cidadão português, também concluiu pelos mesmos objectivos…
Ora, NÃO tem que ser assim ! Aliás, muito convém que assim NÃO seja !
A produção nacional de Alimentos essa sim deve ser um objectivo estratégico prioritário !
Dados recentes do INE, Instituto Nacional de Estatística, dizem que Portugal e a sua População produzem apenas cerca de 20% daquilo que consomem em Cereais, sendo que no Trigo a situação é ainda pior. Também necessitamos de importar muita Carne que, por exemplo, a produção nacional em Carne Bovina também depende, aliás em “perigoso” grau de dependência, das componentes importadas para rações.
No contexto, o défice anual – a diferença, negativa para o nosso País, entre o valor total das importações e o das exportações – em bens agroalimentares, esse défice nacional da chamada “balança comercial agro-alimentar”, já atinge mais de 5 mil milhões de Euros/ano, o que é verdadeiramente “suicida” !…
Acresce que os Silos onde se armazena os Cereais (e sementes) – que já foram públicos – são hoje de gestão e propriedade privadas, bem como a comercialização dos Cereais e das Sementes, o que ainda mais compromete a soberania e a seguranças nacionais em termos alimentares.
Ora, numa curva apertada da História, e este Mundo está prenhe dessas nefastas possibilidades, de repente poderemos ficar sem comida para nos alimentarmos como é preciso e nosso direito. Então, não vamos comer armamentos que, como é óbvio, estes servem para matar e não para assegurar a vida…
Eis também porque muito mais importante que produzir e comercializar armamentos é produzir alimentos para assegurar a alimentação da População Portuguesa (e de outros países e regiões). Eis a prioridade estratégica que é indispensável assegurar, aqui sim, em termos de verdadeira segurança nacional !
E por sobre todas estas conjecturas, enquadra-se uma outra muito simples, muito valiosa e eminentemente humanitária:- os pais não geram e criam os seus filhos para estes serem mortos ou estropiados em guerras, e seja lá o local onde estas ocorram !
Por tudo isso, SIM à Paz ! Guerra NÃO !
Fevereiro de 2025
João Dinis, Jano