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André Ventura anunciou em Tábua um debate parlamentar sobre os incêndios e acusou o poder político de abandonar a população

O líder do Chega defendeu hoje, durante uma visita aos locais afectados pelos incêndios, que os responsáveis dos outros partidos devem também vir ao terreno para aferirem dos problemas existentes e das medidas que é necessário tomar para este problema não se repita todos os anos. André Ventura, que esteve no concelho de Tábua, sublinhou ainda que as pessoas sentem-se abandonadas e que “não são ajudadas” na execução de uma prevenção efectiva.

“As pessoas sentem-se frustradas porque se passam anos e anos e não há intervenção ou acção. Os políticos só se lembram das pessoas quando há incêndios. Tem de ser feita alguma coisa”, sublinhou André Ventura, assegurando que o Chega já agendou um debate no Parlamento sobre os incêndios. “Não podemos, como tem acontecido, empurrar esta discussão para Dezembro ou Janeiro… e depois nada acontece. Mas antes deste debate, os líderes políticos deveriam vir ao terreno falar com as pessoas para termos um debate mais aprofundado sobre o que falhou e que não pode voltar a falhar”, referiu André Ventura antes de se deslocar ao quartel dos bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, a corporação que viu três dos seus operacionais perderem a vida no incêndio que lavrou no concelho de Tábua.

“Este debate tem de ser uma chamada para acção. O Governo PS sobre os incêndios de Pedrogão e de Outubro de 2017 disse que era preciso investigar e até hoje não sabemos nada. Temos de perceber porque é que o sistema falha quase sempre. Se há problemas ao nível da protecção civil e da organização do território que são conhecidos, então têm de ser resolvidos. Além do mais, neste momento, há outra configuração da Assembleia da República e é altura de ter outra atitude”, continuou o líder do Chega que considera necessário rever a moldura penal para este tipo de crimes.

“No próximo ano, não podemos ter os indivíduos que lançaram estes incêndios por aí a fazer o mesmo. Não podem sair ao fim de seis meses ou três anos. A Suíça, a Alemanha ou os Estados Unidos, por exemplo, têm penas muito mais severas. A polícia Judiciária não pode andar todos os anos à procura dos mesmos indivíduos”, frisou André Ventura que não escondeu que defende prisão perpétua para este tipo de crimes. “Enquanto estiverem lá dentro sabemos que não andam por aí a lançar fogos”, referiu, adiantando que o Estado também tem falhado na fiscalização da limpeza dos terrenos e que a reflorestação tem de ter critérios, mas esta ultima levará alguns anos a resolver. “Para já vamos resolver aquilo que pode ser feito de imediato e a revisão da moldura penal é uma delas”, concluiu.

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