Começamos a chegar a uma altura onde interessa, a alguns, bastante ruído e pouca informação.
As receitas apresentadas são sempre simples e nunca apresentam dados concretos, têm é regra geral, uma grande fragilidade, baseiam-se pouco na realidade que tende a contrariar teorias catastrofistas e oportunistas.
Não obstante a falta de seriedade, percebo, no entanto, que seja, relativamente desconfortável e pouco conveniente reconhecer o trabalho sério realizado em áreas estratégicas no concelho e que têm permitido a captação de fundos para a realização de obras muito relevantes em áreas tão estruturantes como a educação, a saúde e habitação.
E não me interpretem mal, reconhecer esta estratégia não implica qualquer tipo de arrogância, pelo contrário.
Reconheço, com esperança e determinação, que há ainda muito a fazer e muito a desenvolver para que Arganil ocupe uma posição de cada vez maior relevância na região e no país. Há com certeza.
Aliás quanto mais se desenvolve e concretiza mais se torna possível desenvolver e concretizar. Sempre assim será.
Permitam-me por isso, que através de dados e projetos concretos vos possa esclarecer sobre o trabalho desenvolvido numa área tão crítica como a habitação para o futuro do nosso concelho.
Comecemos por olhar para o problema: Segundo a OCDE, Portugal é o país com acesso mais difícil à habitação nos 30 países da organização: está 36% acima da média da OCDE (115,7) e 50% acima da média da zona euro (104,7).
Mesmo em territórios de baixa densidade, onde esta questão durante algum tempo não se apresentou como significativa, o acesso à habitação a custos ajustados aos rendimentos das famílias, começa a ser cada vez mais desafiante. Para as famílias que cá estão e para que queremos que venham a estar.
Perante o problema surgiu a oportunidade: a criação do Parque Público de Habitação a Custos Acessíveis na Região de Coimbra que destinou uma verba superior a 13 milhões de euros ao Município de Arganil, para aquisição e reabilitação de terrenos e imóveis que após serem intervencionados, serão disponibilizados para arrendamento em regime de habitação de custos controlados.
E perante a oportunidade, convém uma vez mais recordar que a sua concretização implica capacidade de trabalho, definição de estratégia e capacidade de identificar com celeridade soluções que respondam ao problema e nos permitam criar a oportunidade, em linha com as políticas desenvolvidas pelo Município de Arganil relativamente à fixação de empresa e de pessoas no território.
No que diz respeito às intervenções previstas no âmbito do Parque Público de Habitação, os processos, cuja aprovação se encontra sempre na dependência do IRHU, encontram-se em fases distintas, quer no que à construção nova diz respeito, quer relativamente à recuperação de imóveis devolutos que foram sinalizados neste processo.
Hoje permitam-me destacar como marco significativo deste processo: a assinatura, no passado dia 14 fevereiro, do auto de consignação para a construção de 29 apartamentos na Avenida da Nossa Senhora do Mont’Alto, que terão particular atenção à inclusão, garantindo acesso universal a todos os espaços.
Com um investimento de mais de 4,5 milhões de euros, financiado pelo PRR, esta empreitada, com conclusão prevista para 2026, é fruto deste trabalho minucioso e colaborativo desenvolvido pelo Município, com o apoio da CIM-RC e do IRHU.
Um trabalho cuja preocupação central é cuidar dos seus habitantes e criar soluções para as necessidades da população.
Um trabalho que não se distraí com demagogias e que de forma séria se compromete em projetar Arganil para o futuro com obras concretas, porque as palavras, já diz o povo, leva-as o vento.
Autor: Maria José Silva
Membro da CPS do PSD de Arganil