Mais eleições, mais promessas que, na realidade, não passam de uma miragem como em sufrágios anteriores em que nada foi feito. A matriz da maioria dos candidatos a deputados escolhidos pelos partidos mantém-se a mesma. No meu entender, tudo isto significa mais promessas ocas para uma região já abandonada e com uma desertificação que envergonha o país. São nomes que não oferecem garantias para aquilo que propõem. Como se podem colocar nas listas nomes que já provaram serem incapazes de fazer algo pela Coesão Territorial? Como podem apresentar estas pessoas como alegados/as salvadoras/os das nossas terras, quando nem as deles/as conseguiram auxiliar?
Tudo isto é difícil de aceitar. Estas pessoas, antes de integrarem as listas, deveriam ver presencialmente o estado de degradação em que se encontram quase na sua totalidade os locais para os quais foram mandatados, por mais que uma vez, para revitalizarem. Como quase nada fizeram deveriam ter a coragem de dar o lugar a outros e não continuarem a destruir o que resta dos territórios de baixa densidade. É que um mês depois de eleitos, ou de assumirem um cargo nos órgãos de desenvolvimento regional e em ministérios, rapidamente se esquecem da população que os elegeu. A sua imagem destas personalidades pode ficar no top, mas não se vislumbram as obras que deveriam estar feitas e com as quais estavam comprometidos. Será que não deveriam ter mais respeito pelo povo? Estou certo que sim.
Ora vejamos algumas das promessas não cumpridas: auto-estrada Viseu -Coimbra; acabamento da A13, o TGV de Lisboa, Porto, Coimbra, com ligação a Salamanca. Há também a via entre Soure e a A1, a ligação das estradas do Pinhal Interior Norte, além do Porto da Figueira da Foz… etc. Isto só em alguns concelhos do distrito de Coimbra.
No Alto Distrito de Coimbra, as dificuldades continuam. Permanece o problema da saúde, da educação, da Justiça, da Casa da Cultura de Oliveira do Hospital, entre outros. Não esquecendo a incapacidade demonstrada e o abandono a que esta gente votou as medidas necessárias ao desenvolvimento empresarial da região e do seu comércio local. Estes elementos não conseguiram realizar aquilo que prometeram em todas as obras já referidas. Também não foram capazes de implementar os descontos que tinham prometido para as portagens das ex-SCUTs da nossa região. Dito isto, como podem agora prometer acabar de todo com as portagens, quando nada fizeram, pelo menos, nos últimos oito anos? Mais promessas. Se fosse eu não prometia, fazia. Era assim que gostaria de ser julgado no futuro: o de fazer sem prometer.
Os “falsos profetas”, porém, estão de regresso. Com os iguais prometimentos. São os mesmos que em 2021 (em Arganil) garantiram que o IC6, IC7, e, penso que o IC37, iriam avançar. Que não estavam no PRR, mas que o Governo já tinha as verbas necessárias. Provenientes do leilão do 5G. Vangloriavam-se que estava tudo tratado e que, por esta altura, essas vias, já estariam praticamente concluídas. Na realidade, nem um centímetro avançaram. Nem sequer os projectos estão aprovados.
Ainda assim houve alguns ajustes nas listas de candidatos e a provável incompetência demonstrada levaram aquele que já apelidaram “de Deus Sol”, devido ao seu ego desmedido, a cair para lugares que nunca lhe permitirão chegar novamente como deputado ao Palácio de São Bento. Alguém lembrou, provavelmente, a quem decidia, que o homem se esqueceu da sua terra mal “subiu ao trono de deputado da nação”, não resolvendo nenhuma das dificuldades das gentes do seu concelho. E assim acabou.
Da minha parte, como já referi em data anterior, não fui convidado, nem me ofereci para integrar as listas a deputados pela AD. Quem me conhece sabe que sempre defendi e continuarei a defender a nossa terra e os nossos concelhos. Enfim, lutarei pela região do interior. E, tal como o tenho feito até aos dias de hoje, podem ter a certeza que irei continuar orgulhosamente a fazê-lo. Só um apelo: não votem em falsas promessas, vamos escolher quem nunca nada nos prometeu.
Autor: Fernando Tavares Pereira