Home - Opinião - As verdades não são para esquecer porque todos os portugueses deveriam ter um tratamento igual…! Autor: Fernando Tavares Pereira

As verdades não são para esquecer porque todos os portugueses deveriam ter um tratamento igual…! Autor: Fernando Tavares Pereira

A demissão do Primeiro-ministro e seus acompanhantes é daqueles casos que não orgulham nenhum país e povo que se preze. É daquelas ocorrências que nos devem fazer reflectir. E muito. Sobre o passado e o presente. São acontecimentos que não podem acontecer e todos deviam contribuir para que fossem evitados. Evitados com o fortalecimento da transparência e rigor. Com a existência de menos promiscuidade entre alguns sectores empresariais e o Estado. Com mais ética por parte de quem tem obrigações e dever de isenção. Mas não é, claramente, esse o país que temos de há vários anos a esta parte. Daí toda esta desconfiança. E, até nisto, temos o país partido entre o litoral e os vários interiores.

Há muitos anos que se brinca com empresas que vão surgindo nos territórios de baixa densidade. Há empresários que recebem procedimentos diferentes por quem nos tutela. Com benefício para as empresas do litoral. Quantas vezes temos de lembrar a ausência das acessibilidades prometidas e que tanta falta nos fazem? O que leva as entidades oficiais a esquecerem-se do dever de exercerem um tratamento igualitário para todo o tecido empresarial do país? Só que, infelizmente, para alguns empresários, esta é a realidade. Existem pessoas de primeira, segunda e terceira. Como existem empresas de primeira, segunda e terceira, este último o grupo onde estamos incluídos, ao mesmo tempo que somos excluídos dos apoios ao desenvolvimento que não faltam em outras regiões.

As empresas do grupo TAVFER, por exemplo, têm sido maltratadas ao longo dos anos por algumas entidades oficiais. Como exemplo apresento um caso simples, mas significativo. Em 2017, as firmas do grupo Tavfer, assim como muitas empresas agrícolas e florestais, comércio e serviços, foram castigadas com os fatídicos incêndios de 2017 e, nós e outros como nós, tivemos de recorrer para os tribunais a fim de podermos ser ressarcidos dos prejuízos de muitos milhões de euros que todos tivemos. E aqui está também, como atrás já referimos, volta a notar-se a existência de portugueses de primeira, segunda e terceira. Quem tem o poder falha mesmo no respeito que nos deve. Por isso, em meu nome pessoal, movi um processo por difamação contra o ex-ministro da Agricultura Capoulas Santos que tentou denegrir a minha dignidade e honra.

Sentimos esta descriminação em vários sectores empresariais do Grupo que lidero. Muitas vezes a mesma identidade fiscalizadora tem dois pesos e duas medidas. Mantém um controlo apertado das nossas estruturas, ao mesmo tempo que permite que outras do mesmo ramo continuem a funcionar tranquilamente à margem da letra da lei. Não pode ser. Num país desenvolvido não se podem ter dois pesos e duas medidas, mas sim fazer cumprir a legislação que é igual para todos.

Entretanto, vai-se sofrendo nos locais onde a desertificação é quase total. Sejam pessoas ou empresas. Descriminação positiva existe, mas a favor de quem está nos grandes centros. Com isto quero dizer que o respeito, rigor e dignidade são aspectos que é necessário incrementar ainda mais para que não existam diversos tipos de portugueses, onde uns têm direitos e outros deveres. Tudo isto, infelizmente, é dito com conhecimento de causa. Lamentavelmente. E a pergunta para à qual urge responder é a seguinte: Onde estamos, para onde vamos e o que queremos?

 

 

Autor: Fernando Tavares Pereira

 

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