…com a particularidade de os trabalhos terminarem mais cedo do que é habitual. Passavam poucos minutos das 12h00 quando o presidente Mário Alves deu por encerrada a reunião onde esteve presente todo o grupo que o acompanha.
Maria José Freixinho e José Francisco Rolo não compareceram na mesa de trabalhos, onde os antigos microfones já deram lugar – como se constatou em anteriores reuniões – a um sistema digital de gravação das intervenções. Aquele que é, por norma, o momento mais aceso do encontro – comummente protagonizado por José Francisco Rolo e o presidente da câmara – decorreu ontem de forma ligeira com a intervenção única de José Ribeiro de Almeida no período antes da ordem do dia.
Com lugar a regozijo pela forma como decorreram as marchas populares na cidade – revelou-se “surpreendido” e felicitou o “dinamismo” da autarquia e da vereadora da cultura – o vereador do partido socialista voltou a colocar em cima da mesa a matéria das acessibilidades.
“Já se fala demasiado. Espero que se trabalhe com o mesmo empenho e dedicação, com que têm vindo a ser anunciadas as acessibilidades”, referiu, numa alusão concreta aos futuros traçados dos IC6, 7 e 37. Da mesma forma, Ribeiro de Almeida falou da EN17, conhecida Estrada da Beira, que espera venha a contar com “uma beneficiação integral” como leu na comunicação social. Por entender que se trata de “uma via de penetração do interior”, o eleito socialista desafiou o presidente do município a conhecer os entroncamentos de ligação ao concelho a partir das vias estruturantes.
“Estas coisas têm que ser planeadas com tempo”, frisou Ribeiro de Almeida, numa intervenção em que voltou a propor ao executivo a criação da Polícia Municipal, pelo facto de constatar a “necessidade, urgência e premência de melhorar substancialmente os serviços dos fiscais da Câmara Municipal”. É que na opinião do eleito, a própria designação de fiscais, tem uma conotação pejorativa, o mesmo não acontecendo com o termo polícia. Sossegou o presidente do município com a informação de que a formação daquela polícia – de acordo com a sua experiência na área – não implica “um investimento assim tanto quanto isso”
Excesso de anúncios “é mau” e “leva à descredibilização dos políticos”
Sobre Polícia Municipal, a posição do autarca concelhio voltou a ser desfavorável, o mesmo não acontecendo com as acessibilidades. “Concordo consigo quando diz que haja tanta pressa a executar como a anunciar”, sustentou Mário Alves, voltando-se a manifestar “cansado de tantos anúncios”. “Pode ser que um dia me dê ao trabalho de recolher o que saiu na comunicação social local, regional e nacional sobre essa matéria”, ironizou, considerando que o excesso de anúncios “é mau” porque “leva à descredibilização dos políticos”. “A população tem que acreditar neles e ver que quando fazem, fazem”, acrescentou.
Sobre os futuros entroncamentos, Mário Alves disse não conhecer o que está previsto porque “não há estudo prévio”, mas referiu que, tendo em conta aquilo que foram as propostas da autarquia que lidera, “não há muito para mexer, porque os acessos existentes estão bons”. Especificou que as ligações deverão ser efectuadas através da actual municipal que liga Oliveira do Hospital a Travanca de Lagos, pela EN230 em direcção a Felgueira Velha, pelo nó de ligação à Zona Industrial e através da ligação pela zona de Galizes até à EN17.
Já no que respeita à “beneficiação integral” da EN17 de que Ribeiro de Almeida teve conhecimento pelos jornais, Mário Alves disse não saber “o que consideram com isso”, ao mesmo tempo que revelou que o ministro das Obras Públicas e Comunicações, Mário Lino, referiu – numa reunião realizada em Coimbra – que a EN17 “era uma estrada morta”. “Eu disse que não a considerava assim, porque a EN17 tem muitos troços onde pode até ter três faixas”, disse o autarca, notando também importante que a Direcção de Estradas de Coimbra reponha o funcionamento dos semáforos, nomeadamente, no cruzamento da Catraia de São Paio, acesso a Penalva de Alva e cruzamento das Vendas de Galizes.