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Autarca de Vila Franca da Beira entregou à Câmara abaixo assinado contra extinção da freguesia

 

“Vila Franca da Beira é freguesia e assim quer continuar a ser” é o mote do abaixo assinado que, ontem, entrou na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital em jeito de protesto à anunciada extinção e aglomeração de freguesias.

O documento que colheu mais de 250 assinaturas e chegou a ser subscrito pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, natural da freguesia vizinha de Ervedal da Beira, foi apresentado ao executivo pelo próprio presidente da Junta de Freguesia, a quem já é conhecida a sua posição contra a anunciada reforma administrativa.

“Está pendente a guilhotina sobre as freguesias, sem cuidar de ouvir as opiniões da população”, começou por referir João Dinis, que discorda com a intenção de o governo mexer no que está bem” e “trazer mais elementos de destabilização”.

O autarca lembrou que a freguesia de Vila Franca da Beira foi criada há 23 anos por proposta do PSD e, por isso, não aceita que o mesmo partido queira agora ditar a sua extinção.

“Não compreendemos que o PSD de Oliveira do Hospital esteja de acordo com a decapitação da freguesia de Vila Franca da Beira e de outras também”, observou Dinis que só encontra vantagens na criação que aconteceu há 23 anos.

“Se nós nos mantivéssemos em Ervedal da Beira não teria sido possível fazer o investimento que foi feito em Vila Franca da Beira”, constatou, verificando também que com a extinção está a ser posto em causa o apoio “a uma população que está muito envelhecida”.

“Muitas vezes é o presidente da Junta que vai a casa das pessoas para resolver situações”, contou, chegando a defender a realização de um referendo com o objetivo de auscultar a população sobre o assunto.

Ao lado de Dinis na luta pela não extinção de freguesias está o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, por entender que “nesta fase, não são as freguesias que contribuem para o descalabro do país”.

“Não são oito milhões de Euros que fazem a diferença”, verificou José Carlos Alexandrino, que também está convencido de que, no que respeita em concreto a Vila Franca da Beira, “não é altura de se reabrirem feridas”.

Se o Mário Alves fosse presidente da Câmara não teria assinado por uma questão de ética”

Uma posição que não colhe contudo o aval do vereador do PSD que, invocando o “novo modelo de organização da sociedade”, criticou a luta de João Dinis, chegando até a adotar uma posição semelhante no que respeita às extensões de saúde.

“Hoje estamos a chegar à conclusão de que não temos condições de continuar com o luxo de ter uma extensão de saúde em cada freguesia” – “defendo uma norte e outra a sul do concelho a funcionar das 8h00 às 20h00” – afirmou, discordando assim do “discurso e populismo” de João Dinis. “É fácil assinar abaixo assinados. Se o Mário Alves fosse presidente da Câmara não teria assinado por uma questão de ética”.

“Ainda bem que o professor Mário Alves não é presidente da Câmara”, logo respondeu João Dinis.

Também o presidente da Câmara Municipal considerou que “em tempos de dificuldades não é altura de retirar mais às populações, do que o que já lhes foi retirado”. “Assinei porque acho que o melhor para aquela zona é continuar com as freguesias”, justificou.

“Espantado” com a declaração de Mário Alves acerca das extensões de saúde – “é contra os postos médicos disseminados nas freguesias?”, questionou – o vice-presidente da Câmara Municipal confessou até ponderar a fusão de freguesias, desde que haja atenção ao que é decidido nas assembleias de freguesias.

José Francisco Rolo disse porém concordar com José Carlos Alexandrino e João Dinis, por considerar que “não é o gasto orçamental das freguesias que mexe com as contas do Estado, buracos e contas escondidas”. Para o vice-presidente “as pessoas têm direito a um governo de proximidade”, pelo que, a nível partidário, garante já ter marcado a sua posição.

“O que é proposto é o desbaste de 10 das 21 freguesias de Oliveira do Hospital. Rejeito e rejeitarei a proposta”, assegurou José Francisco Rolo que disse não estar disponível para “ compactuar com a política de transformar o interior em jardim zoológico, como quem vai visitar o mundo perdido e da fantasia”.

Na certeza de que “o país precisa de fazer cortes”, o vereador do movimento independente “Oliveira do Hospital Sempre”, José Carlos Mendes alertou para “a estratégia que vai ser seguida”. “O programa da Troika terá que ser aplicado, porque senão o caos volta outra vez”, notou.

Na condição de vereador independente, Paulo Rocha disse não ser altura de “radicalizar posições”. “Temos é que discutir a analisar”, verificou, convencido de que “da parte da tutela há abertura para as propostas dos municípios”.

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