Os autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra manifestaram profunda preocupação perante a possibilidade de redução de serviços e do encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no território. A questão foi debatida na mais recente reunião do Conselho Intermunicipal, realizada em Vila Nova de Poiares.
Para os autarcas, estas medidas representam um agravamento da já precária oferta de serviços essenciais nas zonas de baixa densidade populacional, onde a falta de infra-estruturas e de apoio público é particularmente sentida.
Os eleitos alertaram para as consequências sociais e económicas desta decisão, sublinhando que a redução de serviços bancários atinge sobretudo os mais vulneráveis: uma população maioritariamente idosa, com baixos níveis de literacia digital, e pequenos empresários locais que dependem de um acesso próximo e presencial aos serviços financeiros.
“O banco público tem uma missão de coesão territorial que não pode ser negligenciada ou substituída por soluções exclusivamente digitais. Grande parte das pessoas que se dirigem às agências precisam de apoio directo na gestão dos seus activos. Nenhum território merece ver os serviços públicos diminuídos ou encerrados”, afirmou o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão.
Os autarcas criticaram ainda a ausência de diálogo por parte da administração da CGD e consideraram que estas alterações foram decididas “à revelia” dos municípios e dos próprios trabalhadores.
A CIM Região de Coimbra já solicitou esclarecimentos formais à administração da CGD e pediu uma reunião urgente com o Ministro das Finanças.