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“Bilhetes Postais” de novo desde o Açude da Ribeira – Rio Seia.

Para que conste, a 21 de Maio de 2023, a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital lá veio inaugurar oficialmente o agora chamado de “Passadiço-Ponte” do Açude da Ribeira, no Rio Seia, entre Ervedal da Beira e  Lagares da Beira.

Enfim, concedamos, está no seu direito e, além do mais e apesar das intervenções políticas (e partidarizadas…) lá produzidas, também proporcionou uma festarola aprazível ao Pessoal que lá esteve a assistir.  E, assim, o Povo que, afinal, “paga a factura” já não perde tudo…

Desde cedo que eu expresso a opinião que o “Passadiço-Ponte” é uma obra cara, inconveniente e também desnecessária pois, tendo exactamente em vista valorizar aquele local, haveria boas alternativas, mais baratas e menos agressivas para o Rio Seia e suas envolvências no local.  Entretanto, não foi proporcionada, pela Câmara Municipal, a possibilidade de uma consulta pública alargada sobre um ante-projecto preferencialmente em três dimensões.

Reconheço agora que é oportuno o aproveitamento posterior das redondezas através dos trajectos a percorrer entretanto assinalados no terreno.  Vá lá…

E mais importante ainda será a correcta definição e melhor instalação de alguns meios físicos capazes de garantir melhor segurança a quem ali vai subir e descer penedias e outras rampas ou vai “passear” em cima da parede do Açude pela qual não cai água, desde o cimo, durante 6 ou 7 meses por ano…

É um desconsolo ver agora o Açude da Ribeira sem água a cair lá do cimo !…

 Nisto o principal e mais incontornável problema – com este “Passadiço-Ponte” foi transformado num problema – é precisamente a falta de água a cair do alto do Açude durante meio ano ou mais… De facto, a larga e alta cascata que ali se forma normalmente entre Outubro e Maio de ano chuvoso, constitui o elemento de maior e mais “límpida” beleza e que, sem hipótese de contestação por parte da Câmara Municipal, foi o maior motivo para “justificar” a construção do “Passadiço-Ponte” que nos custa em dinheiros públicos cerca de uns “evitáveis”  500 mil euros !

Então, enquanto se falava e falava e falava durante a inauguração oficial do “Passadiço-Ponte”, no passado dia 21 de Maio, via-se Gente a “passear” (com crianças pela mão…) em cima da parede do Açude.  Acto que sempre se fez neste período do ano em que o Rio Seia fica sem caudal a “mexer”.  Porém, agora que por lá ocorre mais Gente a ver o que ali resta em termos de água, aumenta o perigo real em que alguém de lá caia de cima e se magoe com gravidade… É pois importante colocar uma vedação, embora discreta  mas capaz de impedir o acesso, sobretudo por parte de crianças e idosos, ao cimo da parede do Açude para tentar evitar que esta grande parede, afinal, funcione como o “passadiço” mais tradicional, e sem custos de instalação para o erário público, situado ali, também entre as duas margens do Rio Seia, na “Quinta da Ribeira”.

Não, não basta fazer aumentar bastante o nível da água represada no local através do “velho” pontão instalado a jusante do Açude.  Poderá isso servir (para já…) para disfarçar e diluir os níveis de sujidade e poluição da água e do leito do Rio…  Portanto, agora, a tarefa mais importante de todas, é a de despoluir o Rio Seia e de recuperar vários Açudes a ameaçar ruína, a montante e a jusante deste Açude da Ribeira. Aliás deveria ter sido nesta tarefa estratégica de defesa e despoluição do Rio Seia que se deveria ter ocupado a Autarquia Municipal antes de partir para uma obra deste tipo, ou de outro, que nos coloca à beirinha e por cima da água deste Rio quando ela mexe e também quando ali fica parada…

22 de Maio de 2023

 

 

 

João Dinis, Jano

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