“A autarquia não tem vocação para contratar docentes”, afirmou Fátima Antunes na sessão de abertura do Encontro das Actividades de Enriquecimento Curricular de Oliveira do Hospital realizado na Casa da Cultura César Oliveira, onde se encontrava a substituir o presidente do município, Mário Alves, que não compareceu devido a outros compromissos.
A directora regional de Educação do Centro, Engrácia Castro também faltou ao encontro, onde esteve presente a responsável pela equipa de apoio às escola, Luísa Ramos, docentes das AEC e presidentes dos agrupamentos de escolas.
A experiência de quatro anos de contratação de professores para as AEC, que abrangem os alunos do 1º Ciclo de Ensino Básico, levou a responsável pelo pelouro da Educação a considerar que o modelo de contratação desencadeado pelos Agrupamentos de Escolas “é muito mais benéfico”.
Fátima Antunes falou de uma “dualidade de solicitações” dirigidas aos docentes das AEC quer por parte da autarquia, quer dos agrupamentos, garantindo porém que o diálogo estabelecido entre todas as partes intervenientes tem permitido gerar consensos, pelo que “nunca surgiu nenhum problema”. Neste ponto, a responsável chegou ainda a considerar que o “ideal era que os professores das AEC pertencessem aos agrupamentos de escolas”.
Também na elaboração dos horários, a vereadora sublinhou a boa articulação entre a autarquia e os agrupamentos, referindo que às escolas é dada total liberdade para o efeito, embora sejam sensibilizadas para que se respeite a flexibilidade dos horários. “Quanto maior for o horário do professor, maior será a qualidade dos docentes das AEC”, defendeu.
A falta de pessoal auxiliar nas escolas do 1º CEB foi identificada por Fátima Antunes como um constrangimento com que se debatem os conselhos executivos dos agrupamentos. Verificando que a resolução do problema está nas mãos do Ministério da Educação, a vereadora referiu que a situação tem vindo a ser superada com o apoio das Juntas de Freguesia.
Com aplicação nas escolas do concelho desde 2006, as AEC são entendidas por Fátima Antunes como uma “mais valia para o sucesso dos alunos”. “As actividades decorrem com normalidade e os professores reconhecem que este projecto é uma mais valia no desenvolvimento das competências das nossas crianças”, referiu.
De acordo com os números revelados, este ano lectivo as AEC são frequentadas por cerca de 94 por cento dos alunos do 1º CEB. No ano lectivo anterior a percentagem de alunos nas AEC atingiu quase os 100 por cento (99,7) e em 2006-2007, situou-se na casa dos 96 por cento.
Fátima Antunes revelou que os números dizem respeito à frequência verificada no final de cada ano lectivo, garantindo que no início os números atingem quase os 100 por cento. Disse ter a indicação de que muitos encarregados de educação retiram os filhos das AEC como forma de os penalizarem pelo pouco sucesso escolar obtido.
Para assegurar as AEC, a autarquia contratou, este ano lectivo, 35 docentes. No ano lectivo anterior, estiveram 33 docentes ao serviço das AEC e, em 2006-2007 foram 26. Sublinhe-se que o arranque das AEC no concelho oliveirense teve início em 2006 apenas com o Inglês. Só no ano lectivo seguinte, foi disponibilizado o ensino da Música e da Actividade Física e Desportiva. Em algumas escolas também têm vindo a ser dinamizadas as Técnicas de Informação e Comunicação e Expressão Dramática.
Desde a aplicação das AEC, a autarquia e as escolas têm procurado dinamizar actividades com o objectivo de mostrar à comunidade os trabalhos desenvolvidos na área. Fátima Antunes deu o exemplo do Festival Infantil da Canção, Olimpíadas do Inglês e do Encontro Gímnico. Também o encontro realizado no passado sábado teve esse objectivo, já que reservou para o período da tarde a realização de ateliers de língua inglesa, música e actividade física e desportiva em vários espaços da cidade.