A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital insiste, em carta enviada hoje ao eleito António Lopes como resposta a um pedido de esclarecimentos, que não lhe cabe fornecer dados sobre a actividade da BLC3 – Associação para o desenvolvimento da Região Centro. O município liderado por José Carlos Alexandrino alega que aquele organismo não é uma empresa participada pelo que não cabe à autarquia prestar esclarecimentos pelos contratos feitos pela BLC3 ou as motivações e interesses da alienação de participações societárias a João Nunes. Os responsáveis do PSD (Nuno Vilafanha) e CDS/PP (Luís Lagos) também já manifestaram a necessidade da autarquia ou a própria BLC3 esclarecerem cabalmente estas dúvidas, bem como o município explicar o caso dos contratos realizados para a limpeza das margens e leitos dos rios.
O mesmo é dizer que não atende ao pedido de António Lopes que pretende explicações para a “adjudicação a nove empresas cujos contratos e actividade são exclusivamente ou semi-exclusivas com a BLC3”. No pedido enviado ao presidente da Assembleia Municipal, António Lopes cita empresas como a Voz da Natureza, Pedro Amaro Figueiredo, Engegreen Solutios,Teorema Perfil ,OKS, Funghealth,Tulamove, Heatermec, Invitrocell, Skifal, Induprotec. O eleito vai mais longe e no requerimento acusa que “a generalidade são empresas incubadas, de técnicos ou funcionários da BLC, o que abona pouco os princípios da transparência e defesa dos interesses da BLC”, sublinha ainda o eleito no requerimento de esclarecimentos.
Além do parecer da CADA, uma investigação recente de João Paulo Albuquerque sobre a BLC3, num artigo publicado neste jornal também coloca aquela entidade na órbita da autarquia. O artigo lembra a acta de 27 de Fevereiro de 2010 da Assembleia Municipal (AM), onde se deliberou e autorizou a criação daquela organização que ainda hoje, segundo a sua investigação, o último registo encontrado mostra que
“Não entendo a razão de não me facultarem os documentos e de responderem de forma sustentada a todas as minhas dúvidas. A CADA já emitiu um parecer a dizer que o devem fazer, não compreendo. Será que foi tudo vendido? Que a Câmara não tem qualquer participação? Não entendo esta relutância em esclarecer as minhas dúvidas. Não vou desistir”, explicou António Lopes que promete continuar a lutar por todos os meios legais ao seu alcance para obter as devidas respostas, tendo já colocado o caso no Ministério Público. As actuais respostas, garante, seguem para a CADA.
Sobre os contratos da limpeza dos leitos dos rios, a autarquia também não adianta nada, apesar de também neste aspecto Luís Lagos e Nuno Vilafanha terem manifestado urgência num esclarecimento por parte do município. A autarquia limita-se, contudo, a referir que já foi “facultada toda documentação” que permitiu inclusive a António Lopes “apresentar uma queixa no Ministério Público”. Não responde às seguintes questões de António Lopes que quer entender o porquê do fraccionamento