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Canas de Senhorim revela Cartaz do Carnaval 2025: tradição e rivalidade marcam o evento

No coração de Canas de Senhorim, onde o Carnaval é mais do que uma celebração — é uma herança viva —, as atenções voltam-se para o próximo sábado, 25 de Janeiro. Às 18h00, no Mercado da vila, serão revelados os detalhes do cartaz de 2025, que promete mais uma edição repleta de tradição, rivalidade saudável e criatividade. Organizado pelos bairros históricos do Paço e do Rossio, este Carnaval centenário mantém-se fiel à sua essência, com segredos bem guardados, brincadeiras nocturnas e desfiles marcados por uma dedicação comunitária que atravessa gerações.

Naquela localidade, o Carnaval não se limita aos três dias tradicionais: é uma vivência contínua que combina tradição, criatividade e trabalho comunitário. Durante meses, os dois bairros — Paço e Rossio — dedicam-se à criação de carros alegóricos, disfarces e espectáculos, tudo envolto num segredo quase sagrado. O ponto alto chega no Domingo Gordo, quando os corsos de ambos se encontram pela primeira vez nas ruas da vila, revelando o fruto de um esforço colectivo mantido em sigilo até ao último momento.

Mas o Carnaval canense é muito mais do que desfiles. A preparação envolve costumes ancestrais que animam as noites da vila e reforçam o espírito carnavalesco. Entre as tradições, destacam-se os “Pisões” — brincadeiras nocturnas em que uma pedra embrulhada em jornal é atada à porta de um vizinho, acompanhada de provocações até que o morador se manifeste — e a “panelada”, onde uma panela de barro cheia de cinza ou farinha é partida na casa de quem se pretende “incomodar”. Tudo isto com humor e camaradagem, independentemente do bairro.

A festa prossegue com uma sequência de eventos icónicos: o desfile inaugural no Domingo Gordo, as críticas improvisadas das “Velhas” na Segunda-feira e, finalmente, o confronto de vozes no Entrudo. Neste último dia, o Rossio instala-se no centro da vila e aguarda o Paço para o derradeiro despique, onde as bandas e os foliões se enfrentam num duelo vocal para decidir, pelo menos simbolicamente, quem conquistou o Carnaval desse ano.

Após a apoteose do Entrudo, a despedida acontece no dia seguinte, com o “dia da batatada” e a queima do Entrudo. Cada bairro organiza um jantar comunitário de batatas e bacalhau cozido, seguido de um desfile fúnebre que culmina com a cremação simbólica do Entrudo, num acto que celebra a tradição enquanto renova a promessa de regressar no ano seguinte.

Independentemente de se debater se são 400 ou 500 anos de história, uma certeza permanece, segundo os responsáveis pelo evento: em Canas de Senhorim, o Carnaval é mais do que uma festa — é um modo de vida.

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