“…O final das “Carbonárias” tem o seu quê de épico: “ São tão bonitas as Carbonárias são tão catitas as Libertárias oh que lindo rancho da mocidade cantai raparigas, viva a Liberdade”
O autor e intérprete de canções Vitorino – um dos meus preferidos – escreveu “Carbonárias (final)”, um tema ao jeito de quem clama pela Liberdade porque, diz ele, o poeta: “…já não tenho liberdade / nem de pôr o pé na rua”.
A propósito: a liberdade institucional posta à disposição dos leitores do “correiodabeiraserra.com” permite opinar, criticar, louvar e… deveríamos ficar por aqui, mas certos conteúdos inseridos nos comentários às peças editadas pelo jornal merecem repúdio público em letra de forma.
Qualquer observador já deu conta que, sob a capa do anonimato cobarde, como se a bílis estivesse impregnada de ódio corrosivo, “são despejados” vocábulos lesivos do bom-nome e imagem de alguns cidadãos e instituições.
Grassam as críticas invejosas, que ferem, magoam e ofendem; como a inveja é uma espécie de sentimento pobre, dá pena constatar que ele (sentimento) é arma de arremesso do inimigo que se acoita nas moitas virtuais. Derrotar este tipo de terrorismo é fácil: basta que a direcção do jornal pura e simplesmente inverta o manípulo da torneira por onde jorram os disparates e a estupidez de quem se sente no “direito” de fazer juízo de modo próprio, condenando na praça pública “ a vítima” que lhe cabe em sorte: é o “amigo” que deixou de ser, o vizinho com quem se mantêm querela de somenos, o líder, porque foi capaz de assumir determinado cargo público – enfim, parecem estouvados caçadores que atiram “a matar a tudo quanto mexe”.
Está visto que o “Correio da Beira Serra” não retira a liberdade de opinião a quem a tem pelas Leis da República Portuguesa. Se assim fosse, justificava-se outra quadra do Vitorino:”Liberdade, Liberdade/quem a tem chama-lhe DELA/ já não tenho liberdade/ nem de me pôr à janela” – e isso ninguém deseja que aconteça. Esquecemo-nos (sobretudo os mais novos, que não viveram “outros tempos” onde imperou a censura) do preço que custou a Liberdade; como agora é de “borla”, vai daí usa-se à toa, o que não me parece justo nem sensato.
O final das “Carbonárias” tem o seu quê de épico: “ São tão bonitas as Carbonárias / são tão catitas as Libertárias / oh que lindo rancho da mocidade / cantai raparigas, viva a Liberdade”! Possivelmente, Vitorino inspirou-se nos factos que são imputados à extinta sociedade secreta designada por “Carbonária”, cuja ideologia revolucionária defendia princípios anarquistas. Talvez, mas como não sou partidário da “teoria política que preconiza a organização da sociedade sem qualquer governo estabelecido, fundada na convicção de que todas as formas de governo interferem na liberdade individual” não posso concordar com a anarquia opinativa por “dá cá aquela palha”.
Haja respeito, educação e bom senso, por favor.
Carlos Alberto (Vilaça)