Recordo-me de na minha meninice, beber chá de tília, colhida no quintal e que, segundo os meus progenitores, tinha excelentes propriedades para ajudar a melhorar a nossa saúde.
Efectivamente segundo pesquisas que efectuei e pela utilização que tenho feito, isso corresponde à verdade, pois existem inúmeros estudos sobre esta planta, que brotam em árvores de grande porte, que podem atingir, no seu tronco cerca de 1.30 metro de diâmetro, alcançar 30 metros de altura e ter até 50 metros de largura no alto da sua copa.
Pesquisei o nome de Tileira ou Tilieira e em nenhum lado surgiram estes vocábulos como designação da Tília, mas podem, contudo, serem encontrados em certos dialectos do português.
A Tília é uma planta nativa do hemisfério norte e que pode, também ser chamada de tejo, teja ou texta e que têm uma longa vida, podendo chegar aos 100 anos ou mais.
Recentemente, foi noticia, exaustivamente bem divulgada, a queda da Tília mais velha de Portugal e quem sabe, da Península Ibérica, devido a uma tempestade que se abateu sobre Oliveira do Hospital.
Os “ventos”que nos assolam deveriam ser igualmente, divulgados na mesma proporção, evitando assim, o estado lastimoso da nossa cidade.
Em todos os lados, fotos, textos e até poemas sobre a mesma, eram uma constante no nosso dia-a-dia, tendo tido a grata oportunidade de ler excelentes elogios “fúnebres”à centenária Tília.
É sempre triste ver desaparecer o que faz parte da nossa vida, desta feita foi a Tília, há seis anos o Pinheiro Bravo, o Vidoeiro, o Castanheiro, o Carvalho, o Sobreiro, a Oliveira e tantas outras.
Vidas humanas e bens materiais também sucumbiram no azarado ano de 2017, transformando uma riquíssima e bonita região, num deserto, escuro e feio.
Temos que cuidar da nossa riqueza, da nossa terra e das nossas Tílias, para não termos que chorar a perda do nosso tesouro, rico suporte de vida.
Muito haveria a dizer sobre esta temática, apesar de já a ter abordado superficialmente nesta página, ajudando as pessoas a estarem alerta contra aquilo que considero uma invasão estrategicamente bem elaborada.
Voltemos à nossa centenária Tília que tanta conversa gerou.
As propriedades desta planta são inúmeras, algumas já confirmadas, outras ainda por descobrir, assim haja vontade dos homens, pois a natureza dá-nos tudo, para o bem e para o mal.
Vou enumerar algumas, começando pela ajuda à digestão.
Os oliveirenses têm aderido muito pouco a esta propriedade, pois continuam a sofrer de azia e a digerir muito mal o que andam a fazer à sua terra, apesar de existir uma árvore que nos daria o suficiente, caso tivéssemos estudado as suas maravilhosas qualidades.
Isto leva-me a outro caminho, onde lhe falta uma ponte para separar o desconhecimento, do conhecimento.
Essa ponte é a cultura e quando ela é interrompida, por falta de um local próprio onde se pudesse “beber”o conhecimento, não só sobre a fauna, flora, mas também sobre a participação cívica dos cidadãos nos problemas, ideias e soluções para um crescimento sustentado da sua terra, também podemos cair.
O humor também é beneficiado pela ingestão do chá de Tília, o que, infelizmente também comprova a falta dele, que só sai à rua quando dos “magníficos” espectáculos com que somos brindados.
Infelizmente estes só nos fazem sorrir com “sorrisos”, tipo sorriso amarelo e de curta duração, que nos conduzem a um estado de ressaca energética.
Vou agora referir uma das maiores qualidades do chá de Tília; o combate aos sintomas de gripe, resfriados, bronquites e ajudando no sistema respiratório. Foi muito pouco consumido entre 2020 e 2022, pois muitas “gripes”singraram em Oliveira do Hospital, tendo a maioria das pessoas optado por ferroadas, que em nada melhoraram a sua saúde, antes pelo contrário, como aliás se pode comprovar em dados disponíveis em milhares de publicações, à distância de um clique, bem como declarações dos verdadeiros especialistas sobre esta matéria.
A saúde dos nossos corações também pode ser melhorada com esta bebida (chá), contribuindo também e eficazmente, para o aumento da nossa imunidade, diminuindo as idas à farmácia.
Se até agora, com a Tília centenária viva, os oliveirenses não desfrutaram das suas excelentes propriedades, fico preocupado, pois temo que piorem a sua saúde pela falta da mesma ou será que preferem andar mascarados, destruindo a imunidade, personalidade e liberdade em nome de elites milionárias?
Esperemos que quando a cultura voltar à sua casa, ela fique lotada de cidadãos ávidos de saber, aconselhados por verdadeiros especialistas.
Fernando Roldão
Texto escrito pelo antigo acordo ortográfico