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Chamas destruíram cerca de 9 mil colmeias desde início do ano

A Federação Nacional de Apicultores de Portugal estima que os incêndios que lavraram no país desde o início do ano provocaram a perda de cerca de 9 mil colmeias, o equivalente a cerca de 1,8 milhões de euros de prejuízos. O balanço ainda não está totalmente finalizado, mas tudo aponta para que os incêndios tenham levado à perda de milhares de colmeias em Portugal, afirmou hoje à Lusa o presidente da Federação Nacional de Apicultores de Portugal.

“Estamos a falar na ordem das 5.000 colmeias com perda total”, afirmou Manuel Gonçalves, acrescentando que cerca de 4.000 colmeias foram afectadas porque as zonas de floração onde se inserem arderam. “A produção de mel em Portugal é 90 por cento proveniente de zonas de floração (matos) autóctones e espontâneas. Não há perda da colmeia, mas há perda da produção com necessidade de acompanhamento alimentar durante o próximo ano”, esclareceu.

Manuel Gonçalves referiu também que alguns apicultores perderam “mais de 200 colmeias com melários em cima”. “Em termos globais, falamos de 9 mil perdas na ordem dos 1,8 milhões de euros de prejuízo”, disse.

Só nos incêndios que lavraram em Agosto no distrito de Bragança, no Parque Natural do Montesinho, mas também nos concelhos de Vimioso e Miranda do Corvo, as perdas chegam às 1.500 colmeias, exemplificou. “As maiores perdas são de pessoas que vivem exclusivamente da apicultura”, observou.

Apesar de em Portugal existirem 700 mil colmeias e as cerca de 9 mil afectadas não terem um impacto muito significativo nesta actividade a nível nacional, Manuel Gonçalves destacou que a nível regional e local “o impacto é tremendo”.

“Para a economia regional é um impacto muito grande. Há pessoas que perderam 50, 60 ou 70 por cento da produção. Um apicultor que tinha 50 colmeias e que estava agora na extracção do mel tinha como complemento cerca de 700 a 800 euros”, indicou.

Numa actividade que depende quase exclusivamente da floresta portuguesa, lembrou também que os apicultores podem chegar a ficar “quase dois anos parados”. “Não queremos mais que ninguém, mas se algumas actividades forem ressarcidas, a nossa também tem de ser”, acrescentou o presidente da Federação Nacional de Apicultores de Portugal.

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