A Câmara Municipal de Tábua assinou, entre 27 de Janeiro e 6 de Fevereiro, mais de duas dezenas de ajustes directos para a contratação de recursos humanos em diversas áreas, num investimento superior a 220 mil euros. As contratações, publicadas no portal Base.Gov, válidas na sua maioria até ao final do ano, abrangeram serviços gerais, apoio educativo, limpezas ou reforço de pessoal para a Biblioteca Pública João Brandão.
O Correio da Beira Serra tentou obter esclarecimentos junto da autarquia, mas o Executivo liderado por Ricardo Cruz não prestou qualquer explicação sobre o número significativo de ajustes directos realizados num curto período de tempo.
O vereador da coligação PSD/CDS-PP “Coragem para Mudar”, Vítor Melo, afirmou que este procedimento já se tornou habitual nos executivos socialistas no início de cada ano. “Não é um acto isolado. Todos os anos há estas contratações, que nem sequer são levadas a reunião de Câmara, nem que fosse apenas para conhecimento. Por isso, não conheço os contratos em causa, mas acredito que muitos sejam renovações”, referiu.
O autarca criticou o recurso ao ajuste directo por limitar o escrutínio sobre a selecção dos contratados. “Com este tipo de procedimento, o executivo e o presidente escolhem quem muito bem entendem. Não estou a dizer que as pessoas não sejam competentes, mas se houvesse um concurso público, o processo seria mais transparente”, afirmou.
Vítor Melo reforçou que, apesar de a lei permitir este tipo de contratação, um modelo de recrutamento por concurso garantiria maior transparência e permitiria seleccionar os candidatos mais qualificados. “E, repito, não estou a dizer que os contratados não sejam extremamente competentes, mas a transparência deve ser sempre sempre a prioridade”, concluiu.