“Quando o IC 6 estiver pronto, acho que prefiro ir e vir todos os dias do que ficar aqui nesta pasmaceira”, argumentava uma das docentes.
A conversa interessou-me – acendi mais um cigarro! –, e suscitou-me preocupação. De facto, hoje, Oliveira do Hospital está enquistada num labirinto de acessibilidades pouco convidativo a grandes andanças. Apesar de estarmos a cerca de 50 quilómetros da cidade de Viseu, a 100 de Coimbra e a poucos mais da fronteira de Vilar Formoso, os “caminhos” são sinuosos e, muitas vezes, acabamos por calçar as pantufas.
Mas o problema é que – segundo tudo leva a crer –, na próxima década, chegar a algumas das principais cidades do país, vai levar menos tempo do que assistir a uma novela da TVI. E esse fenómeno, poderá ter quase – numa linguagem figurada – o mesmo efeito que a queda do muro de Berlim. É que do outro lado do muro, há parques e jardins com transeuntes, cinema a toda a hora, lazer, cultura, mais oportunidades de emprego, capitais de consumo e toda uma panóplia de urbanidades que podem despertar os “Constantinos, Guardadores de Vacas e de Sonhos” em que estamos a ser transformados.
Henrique Barreto