“Vamos ser sérios. Uma coisa é não haver nada. Outra coisa é haver um plano de intenções”. Foi esta a reacção do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital quando foi hoje confrontado, em plena Assembleia Municipal, com as contradições entre as suas afirmações, de que existiriam garantias da construção do IC6, e as declarações do primeiro-ministro, em Oliveira do Hospital, no final do mês passado, nas quais remeteu as obras apenas para quando existir financiamento. Segundo Rafael Costa, com aquelas palavras, António Costa deitou por terra uma das premissas que o autarca apresentou como decisiva para se recandidatar.
José Carlos Alexandrino, que no dia da visita de António Costa reafirmou que daquela deslocação do chefe de Governo tinha saído “o compromisso de em 2018/2019, Oliveira do Hospital ter o IC6 totalmente construído e a atravessar o concelho”, mostrou-se agora mais cauteloso. Disse que nunca pediu o IC6 para 2018. “Aquilo que exigi ao Governo está tratado. Não têm uma varinha mágica e o IC6 não pode estar pronto de um dia para o outro”, começou por afirmar o autarca que agora refere não ter exigido a construção imediata daquela via. “Não pedi [a António Costa] para dizer que em 2018 houvesse IC6. O que negociei foi um plano de acções, de intenções. Vamos ser sérios. Uma coisa é não haver nada. Outra coisa é haver um plano de intenções”, frisou antes de concluir que não voltará a “dizer mais nada sobre o IC6”, lembrando ainda que a oposição “teve de engolir um sapo” com a visita do primeiro-ministro.
“Importa esclarecer se vai ser candidato ou vai reconsiderar”
Palavras que não convenceram minimamente o social-democrata, para quem aquelas explicações foram
“Importa esclarecer se vai ser candidato ou vai reconsiderar”, continuou Rafael Costa, que deixou ainda outra pergunta ao autarca: “E se não houver financiamento? O senhor presidente tem de esclarecer aqui a sua posição”. Alexandrino não respondeu, limitando-se a acusar a oposição de ter desistido há muito daquela obra. “A verdade é que não respondeu a nada e fugiu ao assunto”, referiu depois Rafael Costa.
“Agora há a tentação de mudar aquilo que não aconteceu”
O eleito do CDS/PP e candidato à presidência da Assembleia Municipal nas próximas eleições