“Disseram-me que o diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) anda a dizer que, daqui a um ano, a escola não está em Oliveira do Hospital”, referiu o deputado socialista Carlos Maia, na última Assembleia Municipal (AM) de Oliveira do Hospital, onde convidou o presidente da Câmara a questionar Jorge Almeida “sobre o que se passa”.
Confessando-se “preocupado” com a informação que lhe foi transmitida, Carlos Maia considerou que a ser verdade, o “presidente da ESTGOH anda a fazer afirmações pouco dignas e que transmitem algum receio acerca do futuro da escola”.
Para o deputado socialista, a solução deverá passar pela união de esforços. “Temos que estar unidos para defender a ESTGOH até ao fim das nossas forças”, frisou.
Perante tal suspeita, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital não hesitou em verificar que a informação que chegou a Carlos Maia não corresponde à realidade.
“Não é verdade que o diretor da ESTGOH não queira a escola cá”, afirmou José Carlos Alexandrino, referindo ser “testemunha leal de que ele tem trabalhado muito para que a escola se mantenha em Oliveira do Hospital”.
“Não sou parvo ao ponto de fazer a escola só com dinheiro do município”
Ainda no rescaldo do anúncio de inauguração das novas instalações da ESTGOH para 2012, o presidente da CMOH tranquilizou a Assembleia Municipal ao não se mostrar disponível para suportar a totalidade dos custos.
“Não sou parvo ao ponto de fazer a escola só com dinheiro do município”, asseverou José Carlos Alexandrino, admitindo contudo que no lugar que ocupa “é preso por ter cão e preso por não ter”.
Ainda que paire no ar a saída da ESTGOH do concelho oliveirense, o autarca não pondera desistir do projeto, chegando até a equacionar que o edifício possa, mais tarde, ser adaptado a outra funcionalidade.
“Devo pensá-lo de maneira diferente. Mas, acho que a escola vai ficar alguns anos em Oliveira do Hospital”, observou, dando conta da realização de contactos com o ministro do Ensino Superior.
Sem deixar de ignorar a existência de “pessoas e escolas em Coimbra que desejam fechar esta escola”, José Carlos Alexandrino assegura que “se tem trabalhado sem poeira e tem-se conseguido resolver problemas”.
O autarca admite que “há muitas formas de matar a ESTGOH”, mas apenas aceita o encerramento da escola pelo motivo da “falta de alunos”.
Consciente de que tem “defendido a escola”, o presidente oliveirense não deixa ainda de considerar que “há aqui alguns em Oliveira do Hospital que gostavam, que a escola se fosse embora para penalizarem o presidente da Câmara”.
Reconhecendo o empenho de Alexandrino na construção das novas instalações da ESTGOH – “o atual presidente da Câmara andou cem vezes mais quilómetros do que o anterior que, sempre, teve a conceção de estar num castelo cercado de inimigos por todo lado”, referiu – o eleito pelo PCP, João Dinis, considerou que a construção da ESTGOH “é da responsabilidade do governo”.
“Este caso da ESTGOH é paradigmático de como a CMOH se pode deixar entalar”, sublinhou João Dinis, aconselhando Alexandrino a aproveitar a partilha da mesma cor partidária com o governo.