Tal como o previsto e trabalhado, António Costa acaba de ser um «eleito-indigitado» presidente do Conselho Europeu com assento em Bruxelas.
O movimento preparatório mais avançado rumo a este desfecho previsível, surgiu a 7 de Novembro de 2023 – há mais de um ano – com aquela «dramatização-encenação» protagonizada por António Costa que se demitiu de Primeiro-Ministro e por Marcelo Rebelo de Sousa que, como Presidente da República, acolheu pressurosamente esse pedido de demissão. Lembremos que a «justificação» foi o estrondo político motivado pelas acusações levantadas contra Costa pelo Ministério Público em torno de alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências num processo chamado de «Operação Influencer». Porém, até agora isso tudo deu em nada…
Aqui, no CBS, logo se escreveu opiniões sobre o «bizarro» assunto em que se alertou para razões inconfessas que presidiram ao processo inicial e nomeadamente quanto às muito prováveis manobras políticas e partidárias de António Costa para se livrar das agruras sucessivas que vivia no governo e no PS, e para se «limpar» disso a tempo de iniciar uma nova fase da sua carreira política tal como acaba de iniciar na presidência do Conselho Europeu. E agora lá está ele a «cantar de galo» (aliás, muito bem pago para isso…) sendo que o seu primeiro ato público foi ir até Kiev e aos abraços de Zellensky a «atirar mais achas para a fogueira», já demasiado quente, da guerra na Ucrânia. Enfim…
Soam cada vez mais alto os «Tambores de Guerra» !
«Pagam» os inocentes e também pagamos nós.
Tempos houve em que quando se fazia avançar as tropas para os combates, se mandava tocar os «tambores de guerra». Ouvem-se longe e marcam o ritmo da própria investida dos soldados, quiçá o ímpeto das cargas e dos choques entre exércitos. Excitam quem assim os ouvir soar…
Muito recentemente, dois importantes «executivos oficiais» da União Europeia (UE) a senhora Ursula van der Leyen, outra vez Presidente da Comissão Europeia, e o senhor António Costa, agora eleito Presidente do Conselho Europeu, vieram a público, em pleno ato da respetiva investidura, a enfatizar a por eles considerada «prioridade estratégica» em reforçar bastante os orçamentos ditos da «defesa» dos países membros da UE, destinados ao aumento da capacidade militar e da produção de armamentos, claro que também no quadro da NATO e do «comando» dos EUA e do próximo-futuro presidente Trump.
Ao mesmo tempo, voltaram a falar em eventuais medidas rumo à criação de um «exército comum europeu», mais ou menos disfarçado, no seio da UE. Note-se que Van der Leyen até já foi Ministra da Defesa da Alemanha onde deixou suspeitas de ter agido em conluio ilegítimo com a indústria de armamento alemã e até fez seguir tropas alemãs, por exemplo, para África. Parece gostar muito de armas e de militares, a senhora…
Uma consequência de tais opções, também ela já assumida pelo atual Governo PSD/CDS-PP e por outros dos maiores partidos políticos, é o de fazerem aumentar o Orçamento da (suposta) Defesa Nacional para um mínimo de 2% do PIB, Produto Interno Bruto, anual, o que, e tal como também já por aqui alguém disse, atira para uns 6 000 milhões de Euros (anuais) no ano de 2029, o que equivale a três vezes mais do que foi o Orçamento do tipo para 2023.
Quer dizer, enquanto PSD, CDS-PP e PS não atribuem dinheiro suficiente, em Orçamentos do Estado, para melhorar a nossa vida, sempre se propõem a encher de dinheiro a produção de armamentos e a pagar as guerras mais perigosas…
A alegada «segurança nacional».
Na Constituição da República Portuguesa há uma orientação estratégica para a política de defesa nacional que perpassa também pelo objectivo da «dissolução dos blocos político-militares» o que inequivocamente incluiu a NATO. Porém, não é isso que procuram fazer, e antes pelo contrário, os principais governantes.
Ora, também nós perfilhamos da opinião segundo a qual para convencerem os contribuintes a pagar cada vez mais para se fazer a guerra, os «executivos» agitam a necessidade, segundo eles, em se defender dessa forma a nossa segurança também enquanto país e pessoas.
É de facto uma mentira política grosseira que Portugal não corre quaisquer riscos de ser invadido militarmente nem por russos nem por chineses ou afins, e os países nossos vizinhos também não tendem para isso nem pouco mais ou menos como é evidente. De facto, e embora às Forças Armadas compita defender a integridade e a independência nacionais, não se pretenda «investir» mais na situação de forma alarmista e falseadora da realidade e das verdadeiras necessidades do nosso Portugal e seus habitantes.
Não, não nos queiram ludibriar politicamente a pontos de nos fazerem pagar armas e guerras, quer dizer, pagar a morte dos inocentes e, mesmo, para «arranjarmos lenha para nos queimarmos» a nós próprios ! Não !!
Autor: Carlos Martelo