“As inscrições para ocupar os 90 expositores estavam abertas até ao final de Abril, mas a meio de Março já estavam todos os 90 lugares preenchidos. Nas primeiras edições andávamos a procurar tapar os buracos existentes por falta de expositores, agora exploramos cada milímetro do parque da Feira Municipal. Não dá para acolher mais”. Vítor Cordeiro descreve assim o ExpoAlva, o Certame de Artesanato, Serviços, Comércio e Indústria da União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio de Mondego, que nasceu numa pequena freguesia de Penacova (São Pedro de Alva) e em seis edições (realiza-se de dois em dois anos) e se transformou num dos certames de referência daquele concelho e mesmo da região. Com milhares de visitantes. Quase uma centena de expositores. E muita animação. A popular Rosinha, no ano em que o evento regressa, a partir de amanhã, depois da pandemia, é a cabeça de cartaz e vai encerrar o certame.
“Há vontade de mostrar o que temos bom nesta freguesia e neste concelho de Penacova. Temos expectativas de que o número de forasteiros este ano vai aumentar. Acreditamos que poderá superar os 15 mil. Há muito tempo que extravasamos as nossas fronteiras. Em termos de expositores não somos inferiores a qualquer um dos eventos da região, somos até superiores a alguns. Na parte lúdica e que temos de nos encolher um bocadinho, porque o dinheiro… Mas o foco é mostrar o que temos de bom”, sublinha Vítor Cordeiro, hoje o presidente daquela União de Freguesias, salientando que as associações do concelho foi quem mais sentiu a falta do evento.
“Eles têm o exclusivo dos comes e bebes, o que lhes permite uma boa fonte de financiamento. Mas, verdade seja dito, também têm dignificado a nossa gastronomia”, conta o autarca que este ano tem um orçamento de 65 mil euros para os quatro dias de folia.
“É inferior ao da última edição que rondou os 80 mil euros. A Câmara, que habitualmente nos dava um apoio monetário, este ano ficou responsável pelos custos da tenda onde ficam os expositores”, conta, lembrando que o evento dá uma visibilidade enorme ao concelho. “Levamos o nome da nossa União de Freguesias e de Penacova mais longe”, sublinha, antes de explicar que aquela localidade conta com uma particularidade: faz fronteira com quatro concelhos: Arganil, Tábua, Mortágua e Santa Comba Dão. “Essa proximidade ajuda, mas estou em crer que o mais importante para o sucesso, além da proximidade, tem a ver com os bons acessos que temos. Estamos aqui ao lado do IC6. Temos acessibilidades muito boas e isso tem o seu peso”.
O evento nasceu em 2007 quando três jovens foram eleitos para comandarem a freguesia de São Pedro de Alva, entre eles Vítor Cordeiro. Prometeram algo de diferente e repararam que Penacova não tinha qualquer feira anual. Uma falha grave no entender dos novos autarcas. E avançaram com um projecto ambicioso: um evento com exposições, com capacidade para dinamizar a freguesia e o concelho e mesmo a região. “Fomos atrevidos. Não tínhamos experiência e mesmo assim avançamos para um projecto de 50 mil euros. Muito dinheiro. Foi arrojado. Felizmente correu tudo bem e o evento foi um sucesso. Toda a gente percebeu que era algo que fazia falta a Penacova. Felizmente hoje é reconhecido em todo o lado”, remata este empresário do ramo da informática, hoje com 52 anos.