“Extensão de Saúde em Ervedal da Beira não tem nem máscaras nem desinfectantes”O membro da Assembleia da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, João Dinis, escreveu hoje uma carta aberta à Direcção da ARS Administração Regional de Saúde, ARS, do Centro (Coimbra) e aos Autarcas em geral e aos de Oliveira do Hospital em especial onde acusa a Extensão de Saúde em Ervedal da Beira – âmbito do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital de não ter nem máscaras nem desinfectantes disponíveis para os utentes. “E, então, eles têm que esperar cá fora, aliás sujeitos a constiparem-se devido à aragem fria!…”, escreve numa missiva onde não poupa criticas às autoridades de saúde e aos autarcas. Fica a carta aberta na integra:
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ARS – Centro e alguns Autarcas, depois dos “alarmes” que produzem,
afinal, mantêm a População desprotegida !
Temos presentes várias comunicações, extremadas, por parte de Autarcas e, até, da (suposta) Autoridade de Saúde, no caso, do ACES – PIN – região de Coimbra e que é organismo do Ministério da Saúde (ARS Centro) deste Governo.
Pode constatar-se, entre outras confusões, uma “ansiedade” contraproducente, por exemplo, no Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, o que o tem levado a “especular” com as probabilidades de incidência da doença e na tomada de medidas, várias das quais até nem são da sua directa responsabilidade mesmo enquanto Presidente da chamada Protecção Civil Municipal. Sim, várias das competências, responsabilidades directas e decisões em causa, em primeiro lugar, recaem sobre os organismos do Ministério da Saúde e não devem ser “usurpadas” pelos Presidentes de Câmaras Municipais.
Neste contexto, passamos a transcrever parte de uma aviso produzido recentemente pela ARS, Administração Regional de Saúde do Centro (Coimbra), em que consta:
– ” Deste modo, determino que todos os cidadãos que residem habitualmente no concelho de Oliveira do Hospital e que regressam ou regressarão a este Concelho que venham do estrangeiro ou de zonas de contágio comunitário do País, permaneçam em isolamento profilático durante 14 (catorze) dias a contar do dia da sua chegada”.
Estas medidas juntam-se a outras de carácter tendencialmente alarmista.
Entretanto, o Ministério da Saúde e seus organismos regionais não respondem a necessidades sanitárias que, no terreno, afinal correspondam – em proporção – aos “alarmes” que estão a ser produzidos. Falamos de informação concreta e pormenorizada sobre existências – DESCENTRALIZADAS PELA REGIÃO — em ventiladores, em monitores, testes de despistagem da doença, Entidades com capacidade instalada para tratar doentes, incluindo as hipóteses para instalação de “hospitais de campanha”.
Ministério da Saúde alarma a População
mas não fornece máscaras e desinfectantes ao SNS…
Mas mais criticável ainda:- hoje, 23 de Março, (10 horas), a Extensão de Saúde em Ervedal da Beira – âmbito do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital – estava de “quarentena”. Os utentes estavam em espera, cá fora, no exterior (uma meia dúzia, no momento) – e corria um vento fresco… Só podia entrar para dentro das instalações um utente de cada vez l… Ora, o edifício é novo. Tem uma sala de espera espaçosa. Só que a Extensão de Saúde em causa não tem – porque não lhe são fornecidos pelos Serviços competentes do Ministério da Saúde – não tem nem MÁSCARAS NEM DESINFECTANTES DISPONÍVEIS PARA OS UTENTES e, então, eles têm que esperar cá fora, aliás sujeitos a constiparem-se devido à aragem fria!…
Os funcionários desta Extensão de Saúde vinham eles cá fora (tinham máscara e bata plástica…), falavam com os utentes em espera e, depois, lá levavam um para dentro…
Ou seja, cria-se o medo entre as Pessoas e, depois, o Ministério da Saúde e o Governo nem máscaras de protecção fornecem para utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelo menos por aqui !
Máscaras e desinfectantes escasseiam ? Claro ! Com tanto alarme ! Então que o Governo aplique a “requisição civil” desses materiais e os distribua pelo SNS, enquanto também estabeleça uma tabela de preços de venda ao público.
Sim, extraordinária a “paciência” e a compreensão manifestadas pelas Populações até agora! Que produzem efeitos práticos positivos para além e apesar destes “responsáveis” tendencialmente alarmistas mas pouco eficazes ao mesmo tempo…
23 de Março de 2020
João Dinis