A 45ª edição do evento decorre de 16 a 18 de Fevereiro de 2024 e, segundo o presidente da autarquia celoricense, as datas escolhidas procuram evitar que se realizem vários eventos nos mesmos dias nos 18 concelhos da zona demarcada. “Procuramos evitar a concentração destas iniciativas que não é boa para ninguém”, conta Carlos Ascensão.
O Município de Celorico da Beira agendou para 16 a 18 de Fevereiro de 2024 a 45ª edição da Feira do Queijo. A vila estará, assim, naqueles dias em festa depois do Carnaval “para promover e homenagear o produto endógeno genuíno e singular, ex-líbris e cartão-de-visita de Celorico da Beira: o queijo Serra da Estrela”. O evento, segundo os responsáveis, promete seguir a linha de anos anteriores, contando com uma vasta e diversificada programação, com destaque para o Programa “Somos Portugal” da TVI, além de muita animação, música tradicional, concertos, artesanato, gastronomia e, obviamente, “muito e bom queijo”.
“Mas fundamentalmente é uma homenagem justa aos nossos pastores e queijeiras”, refere o presidente da autarquia, Carlos Ascensão, justificando esta antecipação do anúncio do evento como uma forma de preparar “melhor o cartaz, permitindo, ao mesmo tempo, que os outros 18 concelhos da região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela possam escolher outras datas para os seus eventos, evitando a concentração destas iniciativas que não é boa para ninguém”.
“Estes eventos estavam todos concentradas no Carnaval e não nos parece uma boa estratégia em termos de território. Somos cada vez menos e penso que esta concorrência não é saudável. A dispersão no tempo destes acontecimentos é positiva”, explica o autarca. “E, além disso, temos de programar estas coisas com antecedência e já não é assim tão cedo, até porque o Carnaval no próximo ano é mais cedo. A nossa Feira será no fim-de-semana seguinte, até porque também havia a possibilidade da TVI estar presente no dia 18 de Fevereiro”, conta.
Esta edição da Feira do Queijo Serra da Estrela vai ter como modelo a de 2023, porque, no entender de Carlos Ascensão, é um projecto vencedor. “Não devemos mexer naquilo que tem sucesso. Temos vindo a verificar um crescendo de visitantes, de expositores e comerciantes, por isso o figurino, embora melhorado, não vai fugir muito daquilo que foi a edição do ano passado”, conta Carlos Ascensão que aponta para um investimento da autarquia que poderá ir dos 100 aos 200 mil euros. “Mas o retorno será muito superior, com a divulgação do território, a promoção de um produto endógeno de excelência, que é o queijo Serra da Estrela, e de outros produtos. É também bom para o turismo e dá alguma vitalidade ao nosso comércio local”, refere o autarca que não considera que o actual modelo de Feiras esteja esgotado.
“O que temos é de adaptar, inovar. Mas penso que o modelo é equilibrado e adequado e tem tido sucesso. Devemos dar continuidade àquilo que temos de bom, dar-lhe uma amplitude maior”, diz, não escondendo que, ainda assim, o número de produtores e pastores tem diminuído e que a capacidade de renovação está muito distante daquilo que seria o ideal. “Os produtores têm diminuído em todo o território, tal como tem diminuído a população de uma forma geral nos nossos territórios. E depois esta actividade está ligada a uma população envelhecida sem que exista a necessária renovação, apesar dos esforços que temos desenvolvido para atrair jovens”, explica este autarca, salientando que se nota um processo de concentração. “Existe um número menor de pastores, mas com mais animais e que optam por vender o leite para as fábricas. Existem duas no concelho e acredito que havia espaço para mais uma”, referiu, notando que Celorico da Beira, ainda assim, tem um número razoável de pastores quando comparado com outros concelhos, mantendo-se como uma actividade que continua a ter um peso económico significativo na região.