Correio da Beira Serra

Foi precisamente há um ano…

À hora em que esta notícia está a ser editada Oliveira do Hospital vivia, há um ano atrás, no dia 11 de outubro de 2009, momentos de grande ansiedade.

As urnas estavam prestes a fechar e nas ruas pairava já a ideia de que o PS poderia estar em vias – 20 anos depois – de recuperar a presidência da câmara de Oliveira do Hospital, que havia sido conquistada – pela primeira vez – em Dezembro dezembro de 1989, com César Oliveira à cabeça.

A notícia foi conhecida ainda antes da meia-noite e José Carlos Alexandrino foi eleito, como independente, o quinto presidente da câmara de Oliveira do Hospital após o 25 de Abril abril de 1974.

A sua vitória aconteceu num momento de grande agitação política e com o PSD “dividido ao meio”, visto que aquelas eleições ficariam inequivocamente marcadas pelo aparecimento do Movimento de Eleitores Independentes “Oliveira do Hospital, Sempre”, e que foi encabeçado pelo ex-presidente da comissão política concelhia do partido, José Carlos Mendes.

Com o terreno “minado”, o então presidente da autarquia oliveirense, Mário Alves, sofreu uma pesada derrota ao obter 4561 votos contra 5278 do PS. Surpreendentemente, os independentes, que perderam algum tempo a avançar com a candidatura, atingiram 4240 votos. Ficaram em igualdade de mandatos com o PSD, que também elegeu dois vereadores.

Nas freguesias, os socialistas entraram em território “proibido” e conquistaram a presidência das duas maiores juntas de freguesia do concelho: Oliveira do Hospital e Seixo da Beira. Na contabilidade final, o PS só tomou no entanto conta do poder em seis freguesias e o PSD manteve-se maioritário em dez. A CDU reconquistou Meruge e Vila Franca da Beira e os independentes ganharam três autarquias.

Na Assembleia Municipal, o PS apostou num antigo militante do PCP e as contas saíram-lhe bem. António Lopes foi o candidato mais votado e passaria a presidir àquele órgão autárquico, onde o PS – à semelhança do que acontece no executivo camarário – está em minoria.

Decorridas as eleições, o executivo de José Carlos Alexandrino tomou posse logo a seguir ao Dia de Todos os Santos, 2 de novembro, e está em funções há praticamente um ano.

A sua ainda curta permanência no poder tem decorrido num ambiente com alguma tranquilidade política – o autarca do PS parece ainda não ter saído do estado de graça –, mas ficou em sobressalto com o desemprego provocado, essencialmente, pela falência verificada nalgumas importantes indústrias de confeção.

Dois mil e onze é no entanto um ano decisivo para José Carlos Alexandrino que vai governar em tempos de grande austeridade e num clima de grande instabilidade política nacional.

O rigor orçamental é absolutamente obrigatório, e Alexandrino terá de mostrar os resultados do “trabalho de casa” ao nível de alguns dos dossiês com os quais se comprometeu.

DOSSIÊ AUTÁRQUICAS 2009

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