A Linha da Beira Alta, que foi encerrada para obras de modernização em 19 de Abril e com previsão de reabertura para Janeiro de 2023, só voltar a ter circulação de comboios a 12 Novembro. Esta é a nova data apontada pela Infra-estruturas de Portugal que já tinha adiado o prazo para Junho ou Julho de 2023, argumentando, na altura, com a necessidade de demolição do actual viaduto da Linha da Beira Alta no cruzamento com o IP3 e a construção de uma nova ponte. Esta empreitada tinha um prazo total de execução de 270 dias, atirando a abertura da via para Junho ou Julho de 2023. Mas a reabertura da linha voltou agora a ser adiada e a circulação será condicionada durante vários meses.
A IP informou os autarcas da região que a Linha da Beira Alta não seria reaberta no prazo previsto durante um encontro em 24 e 25 de Outubro, em que estiveram presentes os Presidentes de Câmara de Mortágua, Mealhada, Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Nelas, Mangualde, Trancoso, Fornos de Algodres, Guarda, bem como representantes de Gouveia, Pinhel e Celorico da Beira. A gestora da ferrovia explicou na altura que era preciso “prolongar o período de encerramento” devido aos “impactos decorrentes da pandemia Covid-19” e ao “prolongar da guerra na Ucrânia”, com efeitos na “disponibilidade e prazo de fornecimento de materiais de origem ferrosa e as dificuldades sentidas pelos empreiteiros na contratação de subempreiteiros”.
A empresa pública deu também nota que tinha sido “confrontada com a Declaração de Impacto Ambiental relativa à Duplicação do IP3, Coimbra – Viseu, que não validou a nova Variante a Santa Comba Dão, tendo sido antes aprovada a solução de duplicação do actual troço” deste itinerário. A obra, a iniciar em Outubro, necessitaria de 270 dias para demolir o antigo viaduto e construir um novo. Isto é, a empreitada ficaria pronta entre Junho e Julho de 2023. Agora, a IP atira a reabertura da linha para Novembro. Mesmo assim, quando isso acontecer, os carris apenas ficarão disponíveis nos dias úteis. Estão ainda previstas interdições ao fim de semana durante vários meses em 2024.
A modernização da Beira Alta vai favorecer, sobretudo, a área logística. Diariamente, poderão circular até 25 comboios com 750 metros de comprimento (em vez de 400) e a velocidades mais constantes. Transportar carga pelo caminho-de-ferro será mais barato em 30 por cento do que antes das obras.
Os passageiros irão sentir mais conforto, mas a redução do tempo de viagem – entre 25 e 30 minutos – deve-se sobretudo ao fim das restrições de velocidade que existiam antes da modernização da via e à supressão de passagens de nível. Ou seja, é apenas uma recuperação de tempo face ao cenário que vigorava antes do início das obras.
No investimento total de 550 milhões de euros (com mais de dois terços de verba comunitária), está ainda prevista a construção da Concordância da Mealhada. Com a ligação directa da Linha do Norte à Linha da Beira Alta, um comboio do Porto até Guarda, por exemplo, deixará de precisar de inverter a marcha na estação da Pampilhosa.