Home - Opinião - Insónias e pesadelos
Vá lá saber-se porquê, uma noite destas tive uma insónia que me deixou mais cansado do que estava quando me deitei. Dei conta disso depois das voltas nos lençóis; como se não bastasse o corpo maçado, também a alma...

Insónias e pesadelos

ficou dorida pelo corrupio de ideias que durante todo esse tempo afloraram à mente, coisas parvas, estúpidas, algumas sem sentido, mas eram ideias e pronto – guardei-as para descodificar em melhor ocasião

Tenho para mim que a falta de sono surgiu na sequência de um daqueles pesadelos de que quase nunca nos lembramos ao acordar; coisa boa, no mínimo razoável, não terá sido…

Como é bom de imaginar, horas a fio naquele jeito incómodo de estar, deram-me a volta à cabeça, Ainda peguei num dos livros que tenho à cabeceira, editado recentemente: “Rio das Flores”, de Miguel Sousa Tavares., mas a leitura não trouxe o resultado esperado; reconhece-se ao autor talento e qualidade na escrita e na palavra dita, mas este romance, a meu ver, peca pela minúcia de determinados relatos e esse pormenor enfadou-me, confesso.

A propósito do título, quando o li, pareceu familiar. Pelas dúvidas, fiz uma busca (abençoada Internet!) e encontrei: Rio das Flores é nome de cidade brasileira, pertence ao município do Rio de Janeiro! Mera coincidência, dirão, também creio…

A propósito, o Brasil é um país que me seduz por múltiplas razões; “sei” de um colibri, passarito simpático, de bico esguio e ágil, que suga o néctar das flores pairando no ar com as asitas em frenética velocidade, como todos fazem; este rodopiou uma, duas, vezes, à volta da “Primavera” e quase a beijou, como se fosse flor.

Será – é! – uma imagem romântica, como outras que poderia surripiar da obra do poeta Mário Quintana, por exemplo, mas basta esta para ilustrar a poesia do gesto.

Obviamente, não é só o “beija-flor” que me fascina naquele país irmão Pouco amante da arte do samba, prefiro a dança do futebol, aprecio a paisagem “ africana” de que tenho saudade, e o quentinho do clima – outra saudade, agora ainda mais sentida pelo contraste do frio que vai fazendo por cá…

Volto à minha insónia.
É fantástico como no “silêncio do escuro” se pensa de forma profunda nos afrontamentos da vida e nas “soluções” para os problemas que carregamos diariamente!

Porém, quando vem a luz do dia, ou se acendemos a lâmpada do candeeiro da mesinha de cabeceira, aquilo que parecia ter lógica, deixa de ter, e as soluções, quando muito não passam de hipóteses…remotas.

Quero dizer que devemos estar em permanente escuridão quando se procuram decisões para os problemas de vária ordem e qualidade? Nada disso – é importante que tudo seja feito às claras, sob pena de ficar alguma sombra incomodativa.

Se há uma solução para determinada coisa que atrapalha, vamos a ela!

O pior é quando não se consegue enxergar uma luz ao fundo túnel e as insónias se confundem com pesadelos…

Como sou um “sortudo” nestas coisas, ando por aí de “candeia acesa”, mas nada de avistar soluções para os meus achaques – só insónias e pesadelos.

Hoje vou jogar no euromilhões!

Carlos Alberto (Vilaça)

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