Home - Opinião - “Isto é brincar com quem trabalha”: Para nos meterem a todos num “contentor” caricato… Autor: João Dinis

“Isto é brincar com quem trabalha”: Para nos meterem a todos num “contentor” caricato… Autor: João Dinis

Com a devida vénia, tomamos a liberdade de exprimir o nosso primeiro impulso utilizando o nome supra do programa televisivo de  conhecido humorista pois também corresponde a um tradicional “desabafo” proferido em jeito de protesto perante algo que nos indigna.

O pretensiosamente designado “contentor para resíduos agrícolas e florestais” que Câmara Municipal e CIM, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (esta junta 19 Municípios na Região), propagandearam, trouxeram e mandaram colocar ao lado da avenida que passa por detrás do Parque Mandanelho,  dentro da Cidade, esse contentor, perante a finalidade que lhe é atribuída e mesmo com a maior boa vontade de nossa parte, no máximo poderá ser considerado como uma “amostra” de um contentor capaz de cumprir a tal função de concentrar os tais “resíduos agrícolas e florestais”…

Sim, dessa forma, Câmara Municipal e CIM da Região de Coimbra mais do que “brincar” estão a abusar de quem trabalha ! Parece até que perderam a noção do ridículo com tanta vontade em fazerem propaganda…

Pois então querem convencer-nos com essa treta do tal “contentor” que, afinal, tem menos de 10 metros cúbicos de capacidade de armazenamento dos tais resíduos supostamente a serem trazidos para lá vindos de todo o nosso Concelho… De facto, sendo para esse efeito um contentor minúsculo transformam-no numa enorme balela inter-municipal. Ridícula pretensão !

Mas, veja-se o “paleio” com que da CIM da Região de Coimbra nos “embrulham”  este projecto da designada “Rede Intermunicipal de Contentores Florestais da CIM da Região de Coimbra” e com ele nos pretendem “embrulhar” também a nós.  Passamos a citar :

“(É um projecto) Promovido pela CIM Região de Coimbra, em parceria com entidades como a Altri ou a ForestWISE. A nova rede vai “contribuir para a redução do número de ignições” (de Fogos Florestais/Rurais) assumiu Emílio Torrão, e , ao mesmo tempo, “proporcionar aos cidadãos uma forma simples para reencaminharem estes materiais”. 

E continuamos a citar :

-“Após a instalação dos 13 contentores florestais, o projeto irá avançar para uma segunda fase, momento onde vão ser instalados 10 parques de recolha de biomassa, que, segundo Emílio Torrão, devem estar a funcionar “até ao final do primeiro semestre de 2025”.

Ora aí está uma síntese oficial do assunto que convém completar com a informação de que está previsto um investimento público, via PRR (Bazuca) na ordem de quase 130 milhões de euros através de uma espécie de “parceria público-privada” com 56 Entidades. Ou seja, antevê-se muito “negócio” a pretexto…  Aliás, gostaríamos de saber e, aliás, temos esse direito, afinal quanto custa cada um destes contentores, metálicos ?  Houve concurso público para a repectiva aquisição, supõe-se que pela CIM da Região de Coimbra ?  E qual é a empresa que produz ou vende esses contentores ?   Esclareça-se pois.

Tendo em conta os objectivos mais específicos do projecto cada Povoação deve ter pelo menos um destes Contentores.

Enfim, se quiséssemos levar mais a sério este tipo de projecto, teríamos de instalar pelo menos um destes (pequenos) Contentores em cada Povoação e organizar grandes “Parques de Recpção” dos sobrantes (resíduos) agrícolas e florestais que por aí abundam e se amontoam..    Ao mesmo tempo, teríamos (Câmara Municipal e Governo) de organizar a rede de transportes específicos para o efeito  os quais devem ser grátis que a exploração de biomassas à distância (longe das fábricas) simplesmente não é rentável para os Proprietários Agrícolas e Florestais.

E, no contexto, o Secretário de Estado das Florestas não quis ficar atrás nas tretas produzidas a pretexto, e lá veio ele gabar o projecto e prometer replicá-lo noutras Regiões ?!

Sim, isto é mesmo ridículo !  E assim se desprestigiam os organismos públicos e a própria Democracia. É mesmo abusar de quem trabalha !   Até quando ?

16 de Outubro de 2024

 

 

Autor: João Dinis, Jano

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