Há precisamente 3 meses atrás, publicámos um artigo no CBS sobre um muito propagandeado “contentor para resíduos agrícolas e florestais” que Câmara Municipal e CIM, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (esta junta 19 Municípios na Região), propagandearam, trouxeram e mandaram colocar ao lado da avenida que passa por detrás do Parque Mandanelho, dentro da Cidade, onde se encontra. E logo dissemos, sem querer simplesmente denegrir o objecto, que esse contentor – com menos de 10 m3 de capacidade – perante a finalidade “municipal” que lhe é atribuída, no máximo poderá ser considerado como uma “amostra” de um contentor capaz de cumprir a função de concentrar os tais “resíduos agrícolas e florestais”… E também concluímos que, de facto, sendo para esse efeito um contentor minúsculo, transformaram-no numa enorme balela inter-municipal. Ridícula pretensão, aliás paga com muito dinheiro público!
E vale a pena revisitar o “paleio” empolado com que da CIM da Região de Coimbra, com a Câmara Municipal ao lado, nos “embrulham” este projecto da designada “Rede Intermunicipal de Contentores Florestais da CIM da Região de Coimbra”, e com ele nos pretrendem “embrulhar” também a nós. Voltamos a citar:
– “(É um projecto) Promovido pela CIM Região de Coimbra, em parceria com entidades como a Altri ou a ForestWISE. A nova rede vai “contribuir para a redução do número de ignições” (de Fogos Florestais/Rurais) assumiu Emílio Torrão, e , ao mesmo tempo, “proporcionar aos cidadãos uma forma simples para reencaminharem estes materiais”.
E continuamos a citar :
-“Após a instalação dos 13 contentores florestais, o projeto irá avançar para uma segunda fase, momento onde vão ser instalados 10 parques de recolha de biomassa, que, segundo Emílio Torrão, devem estar a funcionar “até ao final do primeiro semestre de 2025”.
Sim, é esta a síntese oficial do assunto que convém completar com a informação de que está previsto um investimento público, via PRR (Bazuca) na ordem de quase 130 milhões de euros através de uma espécie de “parceria público-privada” com 56 Entidades. Sim, como também dissemos, antevê-se muito “negócio” a pretexto. A esclarecer…
Depressa ficou bem à vista a ridicularia deste Contentor
Atente-se na foto que se publica e que, no dia 10 de Fevereiro, 2025, foi tirada ao contentor de que falamos. É pois evidente que uma grande parte dos resíduos florestais que alguém para lá levou, atraído pela propaganda, teve que ser colocada no chão, lá ao lado, pois já não cabia no dito contentor. Saliente-se que as quantidades desses resíduos são visivelmente bastante reduzidas, mas nem assim… Ou seja, confirma-se o desperdício de dinheiro público que a propaganda oficial pretende escamotear. Mas vê-se e vê-se bem!
Na situação, cabe reclamar outra vez que tendo em conta os objectivos mais específicos do projecto em causa, cada Povoação deve ter pelo menos um destes contentores.
De facto, reitera-se que se quiséssemos levar mais a sério este tipo de projecto, teríamos de instalar pelo menos um destes (pequenos) contentores em cada Povoação! Ao mesmo tempo, Câmara Municipal e Governo, deveriam organizar a rede de transportes específicos para o efeito de recolha dos resíduos, transportes esses que devem ser grátis pois a exploração de biomassas à distância (longe das fábricas) simplesmente não é rentável para os Proprietários Agrícolas e Florestais.
Eis uma mensagem de eficácia e de bom senso que o tão pressuroso Secretário de Estado das Florestas também deverá captar para evitar o malbaratar de dinheiros públicos também neste projecto dos contentores que, afinal, se não querem tipo “porta-chaves” como o exemplar que ali “plantaram”.
11 de Fevereiro de 2025
Autor: João Dinis, Jano