O líder da seita do Reino do Pineal, Água Akbal Pinheiro, teria intenções de formar um partido político, ganhando poder, para depois “expandir” a sua “visão” para os Açores, acreditando que o Arquipélago é “a Atlântida” e que seria o único local a salvo de “um cataclismo”. Estas revelações são feitas por Ana Sofia, a primeira portuguesa que aderiu à seita que está instalada numa freguesia de Oliveira do Hospital.
“Água tinha em mente a criação de um partido político. E para essa sua missão, precisava de fiéis para poder avançar com esse projecto”, aponta Ana Sofia que chegou a fazer parte de uma juventude partidária em Portugal, como explicou em declarações ao Expresso. Ana Sofia acrescentou ainda que Água Akbal Pinheiro “queria expandir a visão do Pineal para os Açores “. “Falava muito na ilha do Pico como o local certo para fazer nascer um novo território e até um dia vir a pedir a sua autonomia”, realça.
“O plano seria transferir várias pessoas a viver na herdade em Oliveira do Hospital para o Pico”, uma vez que o guru da seita “acreditava que os Açores eram a Atlântida e que um dia haveria um cataclismo a atingir a Terra e aquele seria o local seguro “, acrescenta Ana Sofia. Identificava também aquele como “o local certo para fazer nascer um novo território e até um dia vir a pedir a sua autonomia”.
Esta portuguesa diz que pagou três mil euros para ir viver para o Reino do Pineal, mas não espera reaver o dinheiro. “Ninguém me apontou uma arma à cabeça para lhes dar o meu dinheiro. Dei porque quis dar. Nem vou colocá-los em tribunal”, constata ao semanário.
Água Akbal Pinheiro e ex-companheira constituídos arguidos
O líder do Reino do Pineal e a mãe da criança, sua ex-companheira, foram constituídos arguidos pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra. Em causa estão eventuais crimes de homicídio por negligência, ou omissão de auxílio, exposição a perigo, ou abandono a criança do próprio filho.
Este é para já o resultado das buscas da Polícia Judiciária na propriedade ocupada pelo Reino do Pineal no início deste mês de Agosto, no âmbito da morte de um bebé de 14 meses que era filho do líder da seita.
Está ainda em causa uma alegada profanação de cadáver, uma vez que o corpo do bebé foi cremado de forma ilegal.
Entretanto, o líder da seita queixou-se que a actual companheira e a filha de sete meses foram levados para uma casa-abrigo pelas autoridades e exige a sua “libertação”.