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Açude da Ribeira Ervedal

Local que era o orgulho de Ervedal da Beira está abandonado e o cenário é deprimente “perante a passividade dos políticos locais”

Foi o local onde quase todos os jovens de Ervedal aprenderam a nadar, incluindo o actual presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Ali passavam grande parte dos seus tempos livres, apreciando aquele que já foi considerado um dos dois espaços mais belos do concelho de Oliveira do Hospital. Hoje o cenário do açude da Ribeira, na Quinta da Ribeira, no Rio Seia, a cerca de dois quilómetros do Ervedal, está diferente. Deprimente. Com milhares de peixes mortos ou a agonizar. Sem queda de água. Votada ao abandono há muito tempo pelo poder político local. Carlos Manuel Amaral, Técnico Oficial de Contas (TOC) e músico nos tempos livres, de 55 anos, não se conforma com esta situação. Está farto das promessas dos políticos. Particularmente deste executivo da Câmara e da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, esta liderada por Carlos Artur Maia, que fizeram da recuperação do espaço a bandeira de campanha em 2009 . Mas não passou de uma promessa.peixes

“Ninguém compreende uma situação destas. Depois daquilo que prometeram, não fizeram rigorosamente nada. Aquilo era uma piscina natural e foi aí que quase todos os rapazes do Ervedal, hoje com cerca de 50 anos ou mais, aprenderam a nadar. Incluindo o agora presidente  José Carlos Alexandrino. A água era límpida, faziam-se lá piqueniques”, conta ao CBS Carlos Manuel Amaral que ainda se recorda do tempo em que os jovens fugiam à família para um dia bem passado. “Até lá podíamos beber, porque era filtrada pela areia do açude”, sublinha, por seu lado, João Paulo Albuquerque, outro habitante do Ervedal, confirmando que aquele era o ponto de encontro da juventude da freguesia e um espaço de uma beleza natural ímpar.

Membro da Assembleia de Freguesia, Carlos Manuel Amaral já levou o caso a discussão àquela reunião. Sem resultados. 11825825_10207916274251256_6695095106369807744_n“Quem decide está mais virada para a discutir política e não para o que realmente importa à população. E aquilo não dá votos”, frisa, acusando o autarca Carlos Artur Maia de uma completa inacção. “Fez a promessa e depois esqueceu”, atira. O CBS tentou falar com o autarca eleito pelo PS, mas tal não se revelou possível. Maia, porém, em declarações a uma rádio mostrou-se surpreendido e acusou “a descarga de produtos poluentes a jusante” que transformaram “o que antes era um areal, em sujidade”. Com o caso nas redes sociais, o autarca assegurou que vai reportar a situação à Câmara Municipal e à Administração da Região Hidrográfica do Centro.Mas não explicou a razão de não ter ainda tomado medidas ou, como acusa Carlos Manuel Amaral, todos os habitantes da freguesia que estão indignados com a situação se calarem sobre o assunto sempre que o líder da concelhia do PS entra no café. “Mas eu como não devo nada a ninguém, nem sou político não tenho medo de falar”, frisa este TOC, para quem o problema já não está na poluição de outros tempos proveniente de empresas de Seia, que não tinham meios de tratamento de resíduos, mas sim no actual acautelar da falta de água e o excesso de areia no leito. “Foi coisa que nunca faltou mesmo em tempo de seca”, explica.

As imagens devastadoras agora divulgadas dos peixes a morrerem é um espelho que não deveria, no entender de Carlos 644569_4792631820220_1641407383_nAmaral Dias, surpreender os políticos, porque a situação existe há anos. E, garante, desde 2009 que está prevista a sua recuperação. “Foi considerado segundo lugar mais bonito do concelho, mas só se preocupam em limpar aquilo sempre que há provas desportivas para mostrar o que lhes interessa”, repete. Culpa José Carlos Alexandrino que deveria ter outra sensibilidade para o caso até pelos tempos que lá passou. “Ele é bom rapaz, mas a equipa que escolheu para o acompanhar no executivo não ajudam em nada”, acusa. José Carlos Alexandrino, por seu lado, ainda não se pronunciou sobre o caso, mas prometeu tomar mais tarde uma posição.

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