Correio da Beira Serra

Luís Lagos abandona o cargo de eleito na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital e diz que dificilmente voltará à vida política

O eleito municipal do CDS/PP Luís Lagos comunicou hoje à presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital que vai abandonar o lugar de deputado municipal. Lagos justifica esta decisão com as criticas de que tem sido alvo enquanto líder da na qualidade de líder da Associação das Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal – AVMISP. O empresário vai mais longe e diz mesmo que dificilmente voltará à vida política.

“Entendo, hoje, que não devo continuar a ocupar o lugar de deputado municipal eleito nas listas da Coligação liderada pelo CDS – Partido Popular”, começa por referir Luís Lagos, assegurando que mantém o apoio do partido pelo qual foi eleito, mas não considera que estejam reunidas as condições para continuar a ocupar o cargo devido às criticas de que tem sido alvo. “Não posso continuar no debate político local quando, fruto do desempenho na qualidade de líder da AVMISP, estou reiterada e continuadamente a ser atacado, de forma espúria, cobarde e caluniosa, na opinião difundida, por responsáveis políticos locais, de forma directa e indirecta, quanto às reais intenções do exercício do meu mandato cívico. Por conseguinte, sob pena de desiludir quem me confiou o voto, sou obrigado a resignar ao mandato na Assembleia Municipal. Penso que, dessa forma, ficam completamente esclarecidas e desfeitas quaisquer dúvidas quanto às minhas reais intenções e fico inteiramente livre para desempenhar a liderança da AVMISP sem a mesma ter de sofrer qualquer ataque em função do meu cargo político. Foi, também, por isso e para desagrado da liderança nacional do CDS, que abandonei a liderança distrital do CDS-PP. Contudo, convenci-me que na minha terra, onde fui criado e todos acabamos por nos conhecer, não teria necessidade de abandonar um cargo que me foi confiado por muitos oliveirenses. Que isso seria objecto de respeito”, explica.

Na carta, Luís Lagos considera que a relevância dos nossos mandatos não pode resultar só da confiança dos nossos eleitores. “No combate político, devemos enfrentar adversários que têm por nós, apesar de discordância política, respeito pessoal e, sou, hoje, levado a ter a certeza que, em Oliveira do Hospital, tenho a confiança de quem me elegeu, mas que falta o respeito pessoal de alguns adversários políticos e, isso, numa comunidade pequena conduz à degradação de relações, a conflitos primários e ao arrastamento de toda a família para isso. E como tenho a família como o meu mais importante projecto pessoal, abdico, totalmente, do exercício actual e nos próximos anos de qualquer cargo político. E acrescento que dificilmente regressarei à vida política. Não tenho essa vontade e ambição, como tantas vezes parece ser propalado. Como V. Exa. sabe, tenho uma vida empresarial exigente que, para os mais atentos, é o primeiro e evidente sinal que a minha ocupação política a tempo inteiro é, hoje, completamente, impossível”, frisa.

O ex-presidente da Distrital do CDS/PP de Coimbra faz questão ainda de ressalvar que nunca procurou fazer qualquer ataque ao presidente da autarquia. “Em momento algum, na qualidade de presidente da AVMISP, pretendi fazer-lhe qualquer ataque ou causar desconfiança sobre o seu mandato. Se assim foi entendido, lamento. Como tive oportunidade de dizer na cerimónia de tomada de posse da Assembleia Municipal posso abdicar de tudo, mas não abdico de ter voz na defesa do que considero essencial para a nossa comunidade, já que é aqui que faço a minha vida e crio os meus filhos e quero que assim continue. E não posso assistir à degradação e ao abandono da nossa região por sucessivos governos e continuar calado. Foi já com esse espírito que, permita-me dizê-lo, com coragem e independência, tive oportunidade de apoiar e participar numa marcha lenta de contestação, com o apoio do Partido Socialista, ao então governo PSD/CDS pela falta de médicos no nosso concelho e pela não construção do IC6”, conta, garantindo que não mudou de ideias. “Continuo o mesmo, independentemente do partido que ocupa o poder. É a mesma coerência que, hoje, me leva a contestar a falta de médicos e a não construção do IC6”, remata.

Exit mobile version