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Imagem vazia padrãoNão se trata de um simples jardim à porta de casa, decorado com estátuas de sereias, fontes luminosas e imagens de animais. São 27 hectares de terreno que o britânico John Walker adquiriu na freguesia de Bobadela para aí instalar mais de três dezenas de esculturas de animais e arte contemporânea, de grandes dimensões.

Mais de 30 esculturas recriam parque zoológico e de arte contemporânea

A ideia não é nova. Já a concretizou em Inglaterra. Agora em Portugal, quer reiniciá-la, mas a triplicar. Acredita que os outros possam considerar que se trata de uma "ideia absurda", mas não subestima os motivos que o levaram a adquirir 27 hectares de terreno na freguesia de Bobadela, para aí instalar mais de três dezenas de esculturas, na maioria animais, feitas em pedra, madeira e outros materiais.

John Walker, britânico com 60 anos de idade, é o autor do projecto que, prestes a fixar residência no concelho de Oliveira do Hospital, está agora a reproduzir um cenário que mantinha em Bury, Manchester, desde há 26 anos. Mas, a triplicar. É, que os oito hectares de Inglaterra dão, agora lugar, a 27 hectares na freguesia de Bobadela, que o ex-engenheiro eléctrico adquiriu há um ano atrás. Os trabalhos de terraplanagem e de jardinagem decorrem desde Maio deste ano e a primeira fase do projecto deverá ficar concluída no final de 2009, início de 2010.

Imagem vazia padrãoO gosto pela natureza e por peças escultóricas terão estado na origem desta ideia que John Walker concretizou em Inglaterra e já iniciou em Portugal. Mas, foi sobretudo por, juntamente com a esposa, ter atingido a faixa etária dos 60 anos que, decidiu avançar para o que apelida de "última grande aventura". Não quer – como explicou ao Correio da Beira Serra – deixar de trabalhar e ficar em casa sem fazer nada. Até porque é de opinião de que "o trabalho dá mais anos de vida".

Em Inglaterra, Walker ainda mantém um negócio de arrendamento de fábricas e escritórios, mas, é já em Portugal, que passa a maior parte do seu tempo. Já vendeu os oito hectares de jardim que possuía em Manchester, onde conservava uma espécie de "jardim zoológico" mas com animais feitos em pedra, madeira, e outros materiais, na maioria, provenientes do Irão. Os animais – leões, águias, rinocerontes, veados, crocodilos, e outros, em tamanho aproximado do real – e esculturas contemporâneas já se encontram na Bobadela, à espera que findem os trabalhos de jardinagem. No mesmo local, encontram-se também cinco esculturas da autoria de Luís Queimadela e, que integraram a exposição que o escultor divulgou nas ruas da cidade de Oliveira do Hospital e Viseu. Encomendadas estão também três novas peças que Queimadela vai produzir especialmente para John Walker.

"Não tenho uma explicação para isto"
Sabe o que quer e como quer, mas não sabe explicar porquê. "Não tenho uma explicação para isto. Simplesmente, não sei", confessa, sublinhando, contudo, que considera estar perante "um trabalho muito interessante, uma verdadeira aventura".

"Quando iniciei o projecto há 26 anos, pensei que ia morrer antes de o acabar. Mas, não aconteceu. Terminei o projecto e estou muito bem. Agora, com 60 anos, não quero que me aconteça, o mesmo que acontece aos outros ingleses: deixam de trabalhar e, passados dois ou três anos acabam por morrer", frisou. "Tenho 10 anos para concluir este projecto e isso satisfaz-me", adiantou, sublinhando que gosta de ter sempre projectos em mãos.

Nos 27 hectares que adquiriu na Bobadela encontram-se várias equipas de trabalho que procedem aos trabalhos de Imagem vazia padrãoterraplanagem, jardinagem e irrigação. Para além de toda a vegetação existente, equipas de jardinagem procedem à plantação de novas espécies, junto às quais os animais e as esculturas contemporâneas deverão ser estrategicamente colocadas.

Associada a uma propriedade de grandes dimensões, onde deverão ser colocadas peças igualmente volumosas, surgirá, num futuro próximo uma habitação com uma área de 1200 metros quadrados. Ainda em fase de construção, a nova habitação do casal Walker foi pensada por John e projectada para um cenário que beneficia da paisagem proporcionada pelas Serras da Estrela e do Açor. Deverá ficar concluída no final do próximo ano, mas Walker estima que, só daqui por cerca de dois anos, possa dar por concluída a primeira fase do projecto de jardinagem. "Não podemos fazer tudo de uma vez, porque vão surgindo novas ideias", explicou.

Ao Correio da Beira Serra frisou que "o dinheiro não é problema". Por isso, as entradas para o futuro "parque zoológico e de arte contemporânea", deverão ser pagas e, as receitas, direccionadas para instituições de caridade. Clarifica, contudo, que não se tratará de um espaço público e que as visitas deverão estar condicionadas a convite ou, restritas a um dia específico para o efeito.

Liliana Lopes

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