O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas do Incêndio de Midões (MAAVIM), que representa os lesados pelos incêndios de Outubro de 2017, denunciou, ontem, em comunicado, que as populações afectadas continuam abandonadas, criticando o incumprimento das promessas feitas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A associação lamenta que a atenção nacional pareça focar-se noutras tragédias internacionais, como os incêndios na Califórnia, enquanto os danos causados pelo fogo em Portugal, em 2017, foram “muito piores” e permanecem sem resposta adequada.
Quase oito anos após a tragédia, explica a MAAVIM, centenas de famílias continuam sem habitação ou com obras por concluir, apesar de terem sido contratualizadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C). “Agricultores e produtores florestais permanecem sem apoios adequados, quer pela ausência de candidaturas específicas, quer por critérios de elegibilidade limitativos”, denunciam.
Outro ponto crítico destacado pelo movimento é a falta de rodovias essenciais ao desenvolvimento da região. “Faltam acessibilidades que seriam um bem urgente para ajudar economicamente a região. As promessas para executarem o IC6, IC7, IC12, IC37 e a ligação a sul ao IP3 não seguiram para obra e até foram retiradas do PRR, que permitiria uma execução mais célere de investimentos prometidos há décadas e que continuam a não sair do papel”, sublinham.
O Presidente da República, recorda o MAAVIM, havia garantido ser o primeiro a exigir o cumprimento das promessas feitas e a implementação de medidas preventivas de futuras catástrofes. No entanto, o movimento lamenta que, até ao momento, pouco mais tenha sido feito além de declarações de solidariedade.
“Não somos portugueses de segunda. Somos todos iguais e devemos ter o mesmo tratamento”, defende o movimento, apelando a uma acção concreta e imediata para que os compromissos assumidos com as populações afectadas sejam finalmente cumpridos.