Correio da Beira Serra

Maria Barroso faleceu esta madrugada

Maria Barroso morreu esta madrugada. Aos 90 anos, a mulher do ex-presidente da República Mário Soares, não resistiu às consequências de uma queda que sofreu na noite do dia 25 de Junho. Estava desde essa data internada no hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. O funeral realiza-se amanhã, pelas 10 horas, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após a missa de corpo presente na Igreja do Campo Grande.

“O Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa lamenta informar que a doutora Maria de Jesus Barroso faleceu esta madrugada, às 5h20 da manhã, após um coma profundo na sequência de um traumatismo craniano”, informou o porta-voz da instituição de saúde onde a primeira-dama estava internada.

“Morreu no hospital que fundou. Não esqueceremos nunca o empenho e a forma entusiástica como, há 18 anos, enquanto presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, contribuiu para uma nova fase da vida deste hospital, ajudando-o a transformar na unidade de referência que é hoje”, acrescentou José Barata, deixando uma “palavra de amizade” e destacando a “determinação de Maria Barroso na defesa de causas, o seu carácter humanista e força solidária”.

Na última comunicação sobre o estado de saúde de Maria Barroso, o Hospital da Cruz Vermelha (HCV) explicou ontem que a equipa médica entendeu que já não se justificava que Maria Barroso se mantivesse na Unidade de Cuidados Intensivos, pelo que foi transferida para um quarto, o que permitia a presença de familiares.

Nascida a 2 de Maio de 1925, em Olhão, Maria Barroso licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas e tirou o curso de Arte Dramática na Escola de Teatro do Conservatório Nacional. Começou por fazer carreira no teatro e foi interrogada pela PIDE por recitar poemas revolucionários. Partilhou 70 anos de vida com Mário Soares, de quem tem dois filhos, João e Isabel, e sempre teve uma vida política quase tão preenchida como a do marido. Foi a única mulher a estar presente na reunião de fundação do PS, em Badem Munstereifel, na Alemanha, em 1973. Professora e directora do Colégio Moderno, foi proibida de dar aulas durante a ditadura. Em democracia foi eleita deputada pelo PS nas eleições de 1976, 1979, 1980 e 1983. Presidiu à Cruz Vermelha Portuguesa e recebeu 19 condecorações nacionais e internacionais, bem como inúmeros prémios de mérito.

Foto: www.sulinformacao.pt

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