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A Junta de Freguesia de Meruge e a Associação D.S.C. Vale do Cobral vão organizar, no dia 24 de Setembro, mais uma edição do Ciclo do Pão, um evento que desde 2010 consagra a arte do cultivo dos cereais e as tradições que lhe estão associadas, ligando-o à conclusão das colheitas e ao Equinócio de Outono (23 de Setembro) e ao pagamento das rendas agrícolas que se cumpriam pelo S. Miguel (29 de Setembro). O evento tem o seu epicentro a Lage Grande, um local icónico naquela freguesia do concelho de Oliveira do Hospital.
No local podem ser apreciadas várias iguarias e também uma viagem pelas paisagens locais. Pelas 11 h00, no Forno Comunitário, começam a sair a Broa de Milho e as Bôlas de Carne, de Bacalhau e de Chouriça, para as quais é necessário fazer encomenda prévia. Pelas 15 h00, parte da Lage Grande, a Caminhada “Milho Rei”, que é gratuita, mas requer inscrição antecipada, e que propõe um passeio singular pelas paisagens únicas que circundam os campos verdejantes das localidades de Meruge e Nogueirinha. No percurso, haverá uma paragem obrigatória em Várzea de Meruge, para os caminhantes cortarem o Milho no Prado, tempo também para uma frugal “bucha”. A organização disponibiliza os instrumentos de trabalho.
“No regresso à Lage Grande, pelas 18h00, concluída a faina, recolhido o cereal, é tempo de uma saborosa Merenda Tradicional, servida a todos os presentes pelas 19h30, em que a Petinga (sardinha pequena) em Molho de Escabeche e os Bolos de Farinha Triga com Canela, ocupam um lugar de destaque na mesa. A Animação Musical será assegurada pelo Rancho Folclórico “As Camponesas do Alva” de Avô. Para 2024, contamos inaugurar o Moinho, à Ponte, no Rio Cobral, equipamento ainda em falta neste Ciclo do Pão. Estão todos convidados!”, conclui uma nota da organização.
Lembrando que desde tempos imemoriais até aos nossos dias, o Pão é símbolo sagrado de vida, quase sempre associado à abundância ou à fome no percurso de todas as civilizações, a organização lembra “por isso, que diferentes povos tenham o pão na sua heráldica nacional e as principais religiões o consagrem nos rituais litúrgicos. ‘O Pão nosso de cada dia nos dai hoje’!”! sublinham. “Estas são para nós, povos que habitamos as comunidades rurais, razões bastantes, para não deixar apagar na memória o valor intrínseco do pão como expoente social e cultural, também, porque amiúde, os mandantes nos obrigam a ‘comer o pão que o diabo amassou’”, conclui a nota.
