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Metodologia inclusiva EKUI chega a Tábua e Oliveira do Hospital para apoiar crianças com dificuldades de aprendizagem

A metodologia de ensino inclusiva EKUI, que visa auxiliar a aprendizagem de crianças com dificuldades, vai ser aplicada no ensino pré-escolar e no 1.º ciclo do Ensino Básico (CEB) em 24 escolas da região Centro, incluindo os municípios de Tábua e Oliveira do Hospital.

Denominada EKUI – acrónimo de Equidade, ‘Knowlege’ (conhecimento), Universalidade e Inclusão –, esta metodologia multissensorial inclusiva, criada em Portugal, será implementada em 17 municípios do Centro, capacitando cerca de 700 crianças e jovens em risco de exclusão e impactando indirectamente cinco mil crianças.

A implementação do projecto educativo “EKUIza-te: Inclusão activa e igualdade de oportunidades na Educação” está orçada em aproximadamente 265 mil euros, financiados pelo programa Portugal Inovação Social (80 por cento) e por investidores sociais (20 por cento), nomeadamente a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra e a empresa Critical Software.

“O projecto EKUIza-te, que decorrerá até 2026, é um passo crucial para responder aos desafios que se colocam à educação na Região de Coimbra, onde 7.839 crianças e jovens em idade pré-escolar e no 1.º ciclo do Ensino Básico vivem em situação de vulnerabilidade”, afirmou hoje o presidente da CIM, Emílio Torrão.

O responsável, que falava em Coimbra na apresentação do projecto e da respectiva implementação, acrescentou que “esses jovens, que representam 49,3% deste grupo etário, são os mais propensos ao insucesso e ao abandono escolar, seja por dificuldades de aprendizagem, deficiência, questões associadas à imigração ou por viverem em situação de pobreza”.

A EKUI é uma metodologia multissensorial que combina quatro formas de comunicação – gráfica, fonoarticulatória, Braille e Língua Gestual Portuguesa (LGP) – e “estimula a memória e a atenção, promovendo uma aprendizagem mais rápida e inclusiva, tal como comprovado pela neurociência e pela psicologia cognitiva”.

No âmbito do projecto, que foi apresentado às escolas em 2024, será feita uma capacitação de 50 horas da comunidade educativa neste mês de Fevereiro, ao nível do pré-escolar, estando prevista a realização de pré-testes já em Março. Para o 1.º ciclo, haverá outro grupo de formação em Setembro de 2025, indicou a criadora da metodologia EKUI, Celmira Macedo.

No final, serão feitos pós-testes, através de parcerias externas, para medir o impacto da iniciativa, frisou, em declarações à Lusa.

O projecto “EKUIza-te: Inclusão activa e igualdade de oportunidades na Educação” foi criado em 2003 e passou para o terreno em 2015, tendo já impactado directamente cerca de 150 mil crianças e jovens, em mais de 200 concelhos, e capacitado 45 mil professores, pais e educadores, em 18 distritos.

Ao longo da conferência, a fundadora revelou que 72 por cento das crianças aprenderam a ler e escrever mais rapidamente do que era expectável, 81% desenvolveram competências de comunicação e linguagem com maior eficiência e profundidade, enquanto 97 por cento aumentaram a sua auto-estima e empatia.

O projecto será implementado em 17 municípios da CIM Região de Coimbra, nomeadamente Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares (no distrito de Coimbra), Mealhada (em Aveiro) e Mortágua (em Viseu).

O secretário executivo da CIM, Jorge Brito, indicou que dois municípios daquela Comunidade Intermunicipal, Arganil e Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, garantiram já ter resposta para esta questão através de outros programas, optando, assim, por outra abordagem.

Já Luísa Bernardes, da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social (Empis), defendeu que a entidade é “uma espécie de laboratório das futuras políticas públicas” e agradeceu à Universidade de Coimbra, que se juntou ao projecto para, no final, ajudar a avaliar o impacto da iniciativa na vida das crianças.

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