Levei com a triste notícia da morte de uma das Mulheres da minha vida. Tina Turner, «TT» para os próximos. A cantora, atriz, «performer» e dançarina escultural. Uma força da natureza trabalhada pela arte em palco. Em público e em estúdio. Uma Mulher sofrida que resistiu a quase tudo de adverso na vida! E que renasceu em esplendor. Admiro-a bastante.
Conheço Tina Turner quase desde os seus princípios na era do “Ike & Tina Turner” e suas “sessions” em duo. Acompanhei desde aqui seus dramas quase trágicos. Impressionei-me com a natureza e amplitude íntima e pública de tantos problemas. Alegrei-me e até rejubilei com a sua capacidade em resistir, em «ressuscitar» – sempre forte e com sucesso! Uma artista vibrante e a fazer vibrar milhões e milhões de seres humanos! «Rainha do rock n´rol» por mérito próprio, elevada a nível de ícon capaz de nos varar o âmago emocional e de ligar à sua volta várias gerações.
Não vou detalhar aqui a sua discografia ou filmografia que para quem estiver nisso interessado pode consultar, ao pormenor, o «Dr. Google».
Quero, porém, confessar que te «amei», que te quis «só» para mim, que me foquei, imaginação à solta, no teu belo corpo de Mulher negra, com corpo e alma carregados de energia e sensualidade. Podem até chamar-me de «machista» mas entendo bem e senti toda a escultural justeza daquele classificativo de “Miss hot legs” – «Menina das pernas quentes» – que nunca antevi outras mais «puro-sangue» que as tuas, e tantas mulheres houve e há, negras e brancas, sensuais!
Tive o privilégio de pagar umas boas massas para ir imaginá-las, às suas famosas “hot legs”, mais do que vê-las (fiquei mal situado…) em Setembro de 1996, ao Estádio do Restelo (Lisboa) onde «TT» (Ti Ti em pronúncia inglesa com T «explosivo») deu um grande e envolvente espetáculo musical que em nada me desiludiu do ponto de vista das sensações e das emoções. Foi enorme!
Morreste para a vida, minha e nossa «TT». Mas manténs-te ativa para toda uma eternidade. «E se lá no assento etéreo onde subiste – memória desta vida se consente» (grande Luís Vaz!), talvez seja ainda possível poder «reviver» tua energia, teu ritmo, tua sensualidade, tua arte! Salvé Tina Turner!
Maio de 2023
Autor: Carlos Martelo (em modo sentimentalão)