O mural “Touro Raiano”, da autoria do artista da Guarda Nuno Miles, situado na localidade Alfaiateas, no concelho do Sabugal, foi inicialmente anunciado como vencedor do prémio de Melhor Mural do Mundo, atribuído pelos Street Art Cities Awards, um dos mais prestigiados galardões de arte urbana. No entanto, ontem, 6 de Fevereiro, a organização revelou que a peça do artista português não ficou em primeiro lugar, mas sim em quinto, após uma revisão dos votos.
Num comunicado publicado nas redes sociais, a plataforma explicou que detectou métodos irregulares na votação de alguns candidatos, o que levou à correcção dos resultados. “Na semana passada, terminámos a nossa quarta edição e foi a nossa maior em termos de interacção nas redes sociais. Infelizmente, no início desta semana, descobrimos que alguns utilizadores tinham usado métodos para inflacionarem os votos de certos candidatos, o que vai contra as nossas regras”, lê-se na publicação.
Com esta revisão, o novo vencedor do prémio Escolha do Público é o mural “Charanguista Andino”, do espanhol Cristóbal Persona. “Tomámos medidas imediatas, corrigimos os resultados e hoje estamos a anunciar uma lista actualizada de vencedores”, acrescentou a organização, sublinhando que não sabe quem tentou manipular as votações, mas que considera improvável que os próprios artistas tenham recorrido a tais práticas.
Na noite de quinta-feira, Nuno Miles reagiu através das redes sociais. “Fui informado pela plataforma Street Art Cities que as votações para melhor mural do mundo foram sujeitas a revisão, cinco dias após a primeira publicação. Neste sentido, após revisão da plataforma, o mural ‘Touro Raiano’ marca, actualmente, a quinta posição”, escreveu num story no Instagram.
O artista sublinhou ainda que não submeteu a sua obra a concurso e que não teve qualquer interferência no processo. “Agradeço todo o vosso apoio porque ficamos, agora sim oficialmente, no Top 5 dos melhores murais do mundo. Relembro que as votações foram recebidas, validadas e os resultados publicados pela plataforma, à qual sou alheio, uma vez que o meu trabalho não foi sequer submetido a concurso por mim. Obrigado”, justifica.