… contestar a aprovação do nome de Mário Alves como candidato à câmara pela comissão política distrital.
Quando nada o fazia prever, José Carlos Mendes optou por travar uma batalha jurídica ao invés de anunciar já a sua candidatura à frente de uma lista de independentes.
Este facto político, criado quando estamos a menos de três meses das eleições para o Parlamento Europeu, está a provocar alguma neblina na atmosfera política local, sobretudo porque tanto a candidatura de Mário Alves como a de José Carlos Alexandrino – ambos estão já no terreno –, não só não estavam à espera da abertura deste novo capítulo, como também estão irremediavelmente dependentes da decisão do líder local do PSD.
Para Mário Alves – não tenhamos dúvidas –, o melhor que lhe podia acontecer era ter José Carlos Mendes de fora da corrida autárquica. Alves sabe que este adversário, que emerge no seio do seu próprio partido, pode-lhe roubar muitos votos e pôr em causa a sua reeleição.
Por outro lado, a candidatura do PS deseja precisamente o inverso, na óptica de que quanto maior for a divisão dos votos maiores serão também as possibilidades de José Carlos Alexandrino poder vir a sair vitorioso.
É face a estes factos que a decisão tomada por José Carlos Mendes está a gerar tanta ansiedade. Mas se quisermos ser pragmáticos – embora saibamos que o partido de Manuela Ferreira Leite tem uma batata quente nas mãos –, é fácil de prever que, apesar da inglória mas legítima luta que vem travando desde Março de 2006, José Carlos Mendes jamais será o candidato do PSD. Não o sendo, só lhe resta uma alternativa: candidatar-se como independente. E essa é a convicção que mantenho.
Henrique Barreto