Seja nas decisões que toma em política educativa, mais interessadas na estatística portuguesa junto da União Europeia do que na educação efectiva da juventude portuguesa, seja na segurança e justiça onde, com complexos de esquerda, continua a ignorar a violência e o roubo que graça nas ruas, seja ainda na política social onde parece apostado e empenhado em prejudicar quem trabalhou uma vida inteira – pensionistas – em benefício de quem muitas vezes não quer trabalhar – beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
Aliás, a gravidade do problema começa a ser de tal ordem que estou convencido que qualquer pessoa que tenha estado ausente do país durante os últimos tempos e que aterre em solo nacional, rapidamente, vai ficar convencido que está num país sem problemas graves em áreas fundamentais, tal é a intensidade e eficácia da propaganda governativa socialista. Vai acreditar mesmo que o governo já criou os 150 mil postos de trabalho que prometeu o actual Primeiro-ministro em campanha eleitoral, como vai acreditar que o célebre pacto de justiça entre o PS e o PSD foi capaz de colocar celeridade na justiça e mão pesada sobre o crime e os criminosos.
Contudo, a verdade é que o país real, que trabalha, arrasta-se e impacienta-se. Começa mesmo a deixar de aceitar, de cara alegre e cabeça levantada, que vivamos num país onde as pessoas começam a preferir estar desempregadas e a receber subsídio de desemprego, do que a trabalhar, tudo porque a vantagem económica acrescida que lhes advém do exercício do trabalho é praticamente nula. Como começa a arreliar-se de assistir ao nascimento de um classe jovem que depois de se ter especializado em viver à conta dos pais, começa agora a especializar-se a viver à conta do país, seja como beneficiário do subsidio de desemprego, seja pela procura de um tacho na administração pública.
No meio de tudo isto não consigo perceber o pedido recente do Eng. Sócrates na inauguração de um Hotel Casino em Chaves. Discursava o Primeiro-ministro pedindo aos empresários que invistam, que corram riscos, que não tenham medo, porque Portugal precisa do investimento, do risco e da coragem deles. Falta agora quem diga ao Primeiro-ministro Sócrates que Portugal também precisa de um Governo que apoie os jovens empresários que criam emprego e riqueza e não os jovens especializados em sacar mais uns tostões do fundo de desemprego ou de mais um programa para Bruxelas elogiar e financiar, como precisa de um Governo que não patrocine situações como aquela que acontece com a empresa FIPER, onde existe vontade de manter postos de trabalho e gerar riqueza e o Governo, apesar de anunciar simplex’s, apenas sabe manter o habitual complex, como precisa de um Governo que se concentre na acção governativa e não em números de circo e propaganda como foi o “Dia do Diploma” nas escolas portuguesas. Precisamos de mais Governo e de menos paleio.
Luís Lagos
Jurista