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O Sucesso e o Fracasso. Autor: Carlos Brito*

“O sucesso não é definitivo. O fracasso não é fatal.  

                É a coragem para continuar que conta”  

                ……. Winston Churchill     

A entrevista de Luís Felipe Vieira, ex-presidente do SLB, trouxe-me à memória um artigo do psiquiatra Enrique Rojas publicado nos fins dos anos 90, no jornal La Vanguardia de Barcelona. Aí li e guardei muitos artigos que me inspiraram para a minha vida.

Aquele artigo, que eu transpus para o meu dia a dia, tinha o título deste texto.

Enrique Rojas escreveu que “O sucesso consiste no reconhecimento social de se ter atingido um certo nível em algum aspeto concreto da vida. Tem uma visibilidade bem pública.

O fracasso apresenta-nos o outro lado da moeda: algo marcante para alguém que perdeu ou teve um resultado negativo. É uma experiência geralmente muito dolorosa e muito intima”.

Referia o artigo que “o verdadeiro êxito de um empresário é quando após sua morte o projeto continua”.

LFV não esperou pela sua morte para que fosse reconhecido publicamente como o arquiteto da grande obra que deixou no Benfica. Resolveu também fazer o seu próprio “enterro” numa entrevista que deve ser de reflexão para todos os homens com êxito nos negócios.

Muitas vezes para chegarmos àquilo que as gentes chamam de Sucesso temos que pagar um preço tão alto, que pode chegar a contradições ou a termos de nos vender ao “diabo”.

O “sucesso cega-nos” dizia-me um consultor sueco que contratei nos anos 80 e que muito me ensinou.

Na verdade, o “êxito” da primeira venda, do primeiro negócio, os elogios e palmadinhas nas costas fazem-nos perder o Medo (o primeiro inimigo mortal do ser humano, como dizia Castañeda) e este sucesso torna-se inebriante e frequentemente liberta “egos” incompreensíveis em mentes que merecem a nossa admiração e respeito.

Porém, o sucesso e o fracasso são dois grandes impostores!

Quantas vezes as coisas não saem bem por falta de tempo ou insistência na sua realização ou por causa de alguns “egos” que impedem a reformulação de estratégias conducentes ao êxito!

Por outro lado, aquilo a que se chama de Fracasso não é mais do que uma benéfica aprendizagem se soubermos retirar as devidas lições.

O fracasso ensinou-me o que o êxito esconde: a capacidade de crescer com os obstáculos e não desistir. O fracasso é necessário para o amadurecimento e fortalecimento da personalidade.

Em geral, as derrotas ensinam mais do que os triunfos. Há derrotas triunfantes que invejam vitórias.

LFV não soube aprender com a “derrota” de ter saído do Clube, onde se considerava “o dono”. Mostrava-se como um homem que nunca tinha conhecido o fracasso, daí não ter sabido aceitar a sua “expulsão” do Benfica.

Estou ao lado dos perdedores que souberam aceitar a sua derrota e souberam levantar-se e começar mais uma vez. É digno ver um homem lutar contra as adversidades surgidas.

O fracasso gera desânimo e, com ele, a possibilidade de desistir. Do outro lado está a contrapartida: tenacidade e insistência e vontade rochosa custe o que custar.

Os elogios raramente nos fazem crescer, mas sim os “pontapés no cu”!

Porém, a sociedade, os bancos, a família frequentemente são castradores para com o fracasso.

A inveja ao “self-made-man” sobrepõe-se ao reconhecimento do mérito de quem vence.

O êxito não perdurará se não tiver tido como base as experiências traumáticas do fracasso ou cultura para o gerir!

Setembro, 15, 2024

Autor: Carlos Brito

*Fundador da empresa Davion

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