Oliveira do Hospital não aproveitou os dinheiros do QREN, e vai ficar ‘para trás’…
Oliveira do Hospital não aproveitou os fundos comunitários disponibilizados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para a construção de centros escolares e, nos próximos anos, tende a ser um dos municípios da região com piores equipamentos, ao nível do 1º Ciclo de Ensino Básico e jardins de infância.
CMOH desperdiça oportunidade dos dinheiros do QREN
Tendo optado pela adaptação/transformação da Escola Básica da cidade de Oliveira do Hospital num centro escolar, a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital desperdiçou uma excelente oportunidade para construir um centro escolar consentâneo com os dias de hoje.
Essa é a conclusão que se retira quando, numa incursão por alguns municípios da região, se observa o que está a acontecer no panorama da Educação.
Enquanto que Oliveira do Hospital está a realizar, nesta área, um investimento de cerca de 430 mil euros – comparticipado pelo QREN com 299,471,80 mil euros –, no vizinho concelho de Seia, a autarquia local decidiu apostar na construção de raiz de um moderno centro escolar, através de um investimento de 3.628,854,04 milhões de euros. Só o financiamento do QREN para aquele equipamento, ascende a 2.214.471,27 milhões de euros.
O edifício, de linhas futuristas e que já utiliza as energias renováveis, entra em funcionamento no próximo ano lectivo.
O projecto é da autoria do arquitecto Miguel Krippahl, e o novo equipamento está a ser construído num terreno com 1,35 hectares junto às Piscinas Municipais e à Escola Básica do 2º e 3º Ciclos Dr. Guilherme Correia de Carvalho.
Em declarações ao jornal local Porta da Estrela, o presidente da Câmara, Eduardo Brito, explicou que a área de influência daquele centro abrangerá toda a população estudantil da Cidade, ao nível do jardim-de-infância e do 1º ciclo. Para o efeito, estão a ser construídas 17 salas de aulas para o 1º ciclo e quatro salas de actividades para o pré-escolar, incluindo uma sala polivalente. O projecto vai ainda assegurar, para além da continuidade das valências existentes nos edifícios escolares em funcionamento, a criação de novos espaços destinados a serviços de refeições e de recursos/biblioteca, bem como salas polivalentes multifuncionais, que se destinam à realização de diversas actividades lúdicas e educativas, sala de informática, sala de professores, reprografia, auditório para 50 lugares, espaços lúdicos e desportivos exteriores e espaço exterior de estacionamento.
Quanto aos actuais edifícios, a autarquia vai proceder à sua venda em hasta pública – excepto o da escola centenária Adães Bermudes, também conhecida por escola Afonso Costa.
Mas Seia, não se ficou por aqui, já que a autarquia local tem já em “intenção de adjudicação” o centro escolar de S. Romão, com um custo superior a um milhão e 200 mil euros. Paranhos da Beira também está na lista, embora o processo esteja mais atrasado.
O objectivo central destes investimentos – com recurso a dinheiro da União da Europeia (UE) –, consiste na modernização do parque escolar, concentrando-se num único equipamento todos os serviços educativos das escolas básicas e dos jardins-de-infância.
Arganil também faz grande aposta na Educação
Na linha da frente encontra-se também o município de Arganil, governado pelo jovem autarca social-democrata, Ricardo Alves.
Na freguesia de S. Martinho da Cortiça – com cerca de 1.500 habitantes –, a imagem é elucidativa da aposta que os municípios vizinhos de Oliveira do Hospital estão a realizar nesta área.
O Correio da Beira Serra visitou também o Centro Escolar de Coja, uma localidade com pouco mais de 1.500 habitantes, que no início do próximo ano lectivo passa a contar com novas instalações.
Só para se ter uma ideia da dimensão do que está a acontecer na região, refira-se que a construção deste equipamento representa um esforço financeiro – 1.172,667,00 milhões de euros – quase três vezes superior àquele que Oliveira do Hospital está a realizar na Escola Básica da cidade. A UE financia o projecto com 806,407,24. Ou seja: só a comparticipação comunitária, representa quase o dobro do dinheiro que a autarquia de Oliveira do Hospital decidiu gastar nas suas principais instalações escolares da cidade.
Mas Arganil não se fica por aqui, pois para a sede do concelho, também está já prevista a construção de um outro centro escolar – com financiamentos comunitários –, num investimento de um milhão e oitocentos mil euros.
Estas prioridades de investimento – Oliveira do Hospital optou por gastar grande parte dos seus recursos financeiros na construção de um parque de estacionamento subterrâneo –, vão começar a trazer resultados já no arranque do próximo ano lectivo.
No regresso à escola, e entre municípios tão próximos, as assimetrias de desenvolvimento, no campo da Educação, vão-se acentuar. Oliveira do Hospital volta a perder competitividade.
Henrique Barreto